Mudanças entre as edições de "Teced/textos/Grupo 5 13"

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(Aplicações na Área Médica)
 
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==Reclamação==
 
Stevan, eu não sei o que acontece mais eu já tinha escrito numa página de grupo e sumiu todas as coisas.
 
 
rsrsrs sim.... eu estava escrevendo na pagina que vc tinha me mandado =D  q é essa[[http://wiki.stoa.usp.br/Grupo_5_13]termo certa]
 
 
 
== Proposta ==
 
== Proposta ==
O grupo três propôs a melhoria da página da wikipédia sobre o disco de newton.
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O grupo 5 - Bruno e Stevan propoe criar na wiki stoa e expandir o artigo da Wikipedia sobre [https://pt.wikipedia.org/wiki/Termoluminesc%C3%AAncia Termoluminescência].  
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Eu acho que a gente pode propôr a melhoria da página em português da wikipédia sobre [https://pt.wikipedia.org/wiki/Termoluminesc%C3%AAncia Termoluminescência]. É melhor do que escrever um monte coisas aqui que ninguém vai acabar aproveitando .
 
  
 
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Para compreender melhor o fenômeno de [[Termoluminescência]] (TL) , é necessário introduzir alguns conceitos básicos sobre a luminescência. Aluminescência é o fenômeno de emissão em             forma de luz resultado de uma transição radiativa num átomo, íon, moçécula,radical ou cristal, de um estado eletrônico exitado ao estado fundamental ou a outro estado com menor energia. Ela   pode ser considerada como uma conversão de outras formas de energia em [[luz]].
Para compreender melhor o fenômeno de Termoluminescência (TL) , é necessário introduzir alguns conceitos básicos sobre a luminescência. Aluminescência é o fenômeno de emissão em forma de luz resultado de uma transição radiativa num átomo, íon, moçécula,radical ou cristal, de um estado eletrônico exitado ao estado fundamental ou a outro estado com menor energia. Ela pode ser considerada como uma conversão de outras formas de energia em [[luz]].
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Portanto ao termo [[Termoluminescência]] (TL) é a emissão luminescente proveniente de de um material, previamente irradiado, quando calor é adicionado artificialmente.
 
Portanto ao termo [[Termoluminescência]] (TL) é a emissão luminescente proveniente de de um material, previamente irradiado, quando calor é adicionado artificialmente.
  
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:LPCM (Santos, 2002).
 
:LPCM (Santos, 2002).
  
==Desenvolvimento==
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==Modelos cineticos para o processo de termoluminescencia==
===Modelos Semi-empíricos===
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===Modelo de Randall e Wilkins (cinetica de primeira ordem)===
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Randall e Willkins (1945) fizeram a primeira formulacao metematica do processo de TL, desprezando o re-armadilhamento de eletrons liberados termicamente.
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A hipotese fundamental neste modelo e a probabilidade p, por unidade de tempo, de um eletron, num nivel de energia E, contado a partir do fundo de BC (Banda de Conducao), ser liberado da armadilha, a temperatura absoluta T:
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onde K e a constante de Boltzmann, s e o fator de frequencia; E e tembem conhecido como o nome de energia de ativacao.
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Supondo que os eletrons liberados termicamente recombinam-se com os buracos nos centros de recombinacao, imediatamente, a intensidade de emissao termoluminescente I(t) e proporcional a varicao do numero de armadilhas preenchidas com eletrons n, e temos
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Admitindo que o aquecimento da amostra e linear, com coeficiente linear <math> dT/dt = \beta </math> contante positiva, obtemos a seguinte expressao para n(T):
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onde <math> n_o = n(to)</math>.  Da equacao  (1.2) obtem-se a seguite:
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A dependencia de <math>dn/dt</math> em n conduz a cinetica de primeira ordem ou a cinetica monomolecular. Observamos um pico na emissao termoluminescente, cuja forma e assimetrica
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===Modelo de Garlick e Gibson (cinetica de segunda ordem) ===
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Na realidade, [[Garlick]] e [[Gibson]] (1948), no seu trabalho original consideraram:
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onde <math> \tau = p^{-1} </math> e obtiveram a equacao da intensidade TL:
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| bgcolor="#fff8ff" |<math>I(T) = C.n^2_o\frac{s}{N}exp\left(-\frac{E}{kT}\right)\begin{bmatrix} 1 + \frac{n_os}{N\beta}\int^T_{To}exp\left(-\frac{E}{kT'} \right)dT'  \end{bmatrix}^{-2} </math>
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A presenca do temo <math>n^2 </math>na derivada de n em relacao ao tempo caracteriza a cinetica de segunda ordem ou cinetica bimolecular. surge um pico aproximadamente simetrico na emissao termoluminescente, como mostra a figura 1.B
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[[Imagem:imagemB.jpg|150px|150px|center|]]
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===Modelo de Halperin e Braner===
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Um tratamento matematico generalizado e compreensivel fisicamente para o processo de TL foi feito por [[Halperin]] e [[Braner]](1960), que utilizaram as equacoes diferenciais desenvolvidas em 1956 por [[Adirovich]] para explicar o fenômero de fosforescencia(*).
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[[Halperin]] e [[Braner]] consideraram um modelo constando de uma unica especie de armadilha e uma de centros de recombinação.
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As N armadilhas estao ligadas a banda de conducao atraves de dois coeficientes:
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Um coeficiente de liberação térmica de elétrons aprisionados, p, e o outro de recaptura de eletrons livres, com n o numero de armadilhas preenchidas com eletrons e o de centros de recombinacao ocupadas com buracos, com  m, a neutralidade da carga total e dada por:
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| bgcolor="#fff8ff" |<math> n + n_c = m </math>
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As variacoes de <math>n</math>,<math>n</math>  e <math>m</math> em relacao ao tempo sao dadas por:
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| bgcolor="#fff8ff" |<math> \frac{dn}{dt} = -s.n.exp\left(-\frac{E}{kT}\right)+ n_c\left(N-n\right)An </math>
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| bgcolor="#fff8ff" |<math> \frac{dn_c}{dt} = s.n.exp\left(-\frac{E}{kT}\right) - n_c\begin{bmatrix}mA_m + (N-n)A_n\end{bmatrix} </math>
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(*) Afosforescência pode ser considerada como termoluminescência isotermica e pode dar similar informação sobre os parametros das amardilhas.
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A figura (1C) mostra o processo descrito pelas equacoes (1.8),(1.9) e (1.10). A intensidade de emissao termoluminescente e igual a taxa de variacao de m, isto e:
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A primeira equacao descreve o processo no qual a concentracao m varia com t por consequencia da recombinacao de eletron livre com buraco
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[[Imagem:imagemC.jpg|250px|250px|center||]]
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:Figura 1C
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:Modelo de Halperin e Branner(Horowitz,1984)
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A segunda equacao descreve a cinetica de eletrons entre as armadilhas e a banda de conducao. A taxa de liberacao desses eletrons e proporcional a concentracao de eletrons aprisionados n, e a probabilidade p, e a taxa de recaptura e proporcional a concentracap de n com t e, por isso, descrita pela equacao (1.9).
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A terceira equação descreve a variacao de <math> n_c </math> com t e, e claro, depende de eletrons liberados das armadilhas, <math> n.s.exp\left(-\frac{E}{kT}\right) </math>, de elétrons recapturados <math>A_n.n_c(N-n) </math> e de eletrons que sobrem recombinacao <math> A_mn_cm </math>.
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É necessário acrescentar a condicao de neutralidade global de carga, ja mencionada (eq 1.7). Tomando a primeira derivada de m com respeito a tempo, tem-se:
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<math> \frac{dm}{dt} = \frac{dn}{dt}+\frac{dn_c}{dt} </math>
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|}(1.12) </center>
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O conjunto das equações (1.8)-(1.10), pode ser resolvido numericamente para o conjunto de parametros <math>A_m, A_n, n_o, m_o, n_c, N, E e s </math>, (Shenker e Chen, 1972) (link).
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As hipoteses basicas adotadas por [[Adirovitch]], [[Halperin]]e [[Braner]], sao as seguintes:
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<math> |\frac{dn_c}{dt}| << |\frac{dn}{dt}| </math>
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<math> n_c << n </math>
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A primeira hipotese significa que nao ocorre uma acumulação de eletrons na banda de conducao, portanto, a equacao (1.12), torna-se:
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<math> \frac{dm}{dt}\approx  \frac{dn}{dt} </math>
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A segunda hipotese significa que durante o aquecimento da amostra, a concentracao de eletrons na banda de condução e muito menor que a de armadilhas cheias.
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A partir das hipoteses dadas na equação (1.13) e (1.14), e das equações (1.8) - (1.11), obtemos a seguinte relação:
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<math> I = -\frac{dm}{dt} = \frac{s.n.exp\left(- \frac{E}{kT}\right)A_mm}{A_mm+A_n(N-n)} </math>
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Esta e uma equacao geral da intensidade de emissao termoluminscente e pode ser usada para os casos particulares dos processos de cineticas de primeira e segunda ordem, adicionadas algumas hipoteses.
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No caso de:
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| bgcolor="#fff8ff" |<math>A_mm >> A_n(N-n) </math>
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a equacao (1.16) torna-se
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| bgcolor="#fff8ff" |<math>I = -\frac{dn}{dt}=s.n.exp\left(-\frac{E}{kT}\right) </math>
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|}(1.18) </center>
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que corresponde ao modelo proposto por Randall e Wilkins e e igual a equacao  (1.2)
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Considere o caso contrario, isto e, <center>
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| bgcolor="#fff8ff" |<math>A_n(N-n) >> A_M </math>
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|}(1.19) </center>.
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Como n e m diminuem durante o aquecimento da amostra, a relacao acima continua sendo valida, uma vez que essa relacao e satisfeita inicialmente. Alem disso, se N >> n, a equacao (1.16) torna-se
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| bgcolor="#fff8ff" |<math>I = -\frac{dn}{dt}= \left(\frac{s.A_m}{N.A_n}\right)n.m.exp\left(-\frac{E}{kT}\right) </math>
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|}(1.20) </center>
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Considerando <math> n = m  </math> e <math>A_n = A_m </math>, a equacao (2.20) fica:
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| bgcolor="#fff8ff" |<math>I = \left(\frac{s}{N} \right)n^2exp\left(-\frac{E}{kT}\right)</math>
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|}(1.21) </center>
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que corresponde a equação de segunda ordem deduzida por [[Garlick]] e [[Gibson]].
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==Aplicações==
 
==Aplicações==
  
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===Aplicações na Área Médica===
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O cristais com propriedades termoluminescentes são muito utlizados na área médica como dosímetros para monitoramento pessoal ou de áreas.
  
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{|class=wikitable
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! |Ano !! |Filme !!|Desvantagens
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|1944||align=left|''[[The Hundred Pound Window]]''||{{sim}}||align=left|Tommy Draper
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|align=left|''[[A Matter of Life and Death (filme)|A Matter of Life and Death]]''||{{sim}}||align=left|Um Piloto Inglês
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|- align=center
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===Aplicações na datação===
  
 
[[Imagem:wulfenite_swuv.jpg|150px|150px|thumb| Wulfenita apresenta fluorescência quando resfriada a baixo de zero]]
 
[[Imagem:wulfenite_swuv.jpg|150px|150px|thumb| Wulfenita apresenta fluorescência quando resfriada a baixo de zero]]
  
 
[[Imagem:Thermolumine.png|thumb|Termoluminescência da Fluorita, que apresenta o tom azulado quando é aquecida]]
 
[[Imagem:Thermolumine.png|thumb|Termoluminescência da Fluorita, que apresenta o tom azulado quando é aquecida]]
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O uso da [[termoluminescência]] nas datações arqueológicas e geológicas baseia-se nos seguintes princípios
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# existência de uma ou mais substâncias termoluminescentes, nas quais se acumule o efeito TL durante o tempo a ser determinado;
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# existência do "momento" a partir do qual começa a contagem do tempo a ser determinado, denominado "zero cronologico";
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# existência de um padrão de medida, que pode ser a TL acumulada num ano, ou a dose anual de radiação do local de extração do objeto ou material a ser datado.
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A termoluminescência também pode ser utilizada no acompanhamento do tratamento do câncer por radioterapia onde se pode determinar a dosagem real absorvida.
 +
Também foram utilizadas técnicas de termoluminescência em Hiroshima para traçar a extensão e a força da radiação da bomba atômica.
  
 
==Referências==
 
==Referências==
Linha 55: Linha 307:
 
[http://en.wikipedia.org/wiki/Thermoluminescence wiki - Ing]<br/>
 
[http://en.wikipedia.org/wiki/Thermoluminescence wiki - Ing]<br/>
 
[http://www.ati.ac.at/~vanaweb/papers/archview.pdf - Thermoluminescence pdf]<br/>
 
[http://www.ati.ac.at/~vanaweb/papers/archview.pdf - Thermoluminescence pdf]<br/>
 +
[http://www.tinaja.com/ebooks/tlum.pdf - Thermoluminescence - Theory e applications - by DON LANCASTER]

Edição atual tal como às 18h59min de 17 de setembro de 2013

Conteúdo

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[editar] Proposta

O grupo 5 - Bruno e Stevan propoe criar na wiki stoa e expandir o artigo da Wikipedia sobre Termoluminescência.


Para compreender melhor o fenômeno de Termoluminescência (TL) , é necessário introduzir alguns conceitos básicos sobre a luminescência. Aluminescência é o fenômeno de emissão em forma de luz resultado de uma transição radiativa num átomo, íon, moçécula,radical ou cristal, de um estado eletrônico exitado ao estado fundamental ou a outro estado com menor energia. Ela pode ser considerada como uma conversão de outras formas de energia em luz. Portanto ao termo Termoluminescência (TL) é a emissão luminescente proveniente de de um material, previamente irradiado, quando calor é adicionado artificialmente.

[editar] História

Segundo Becker (1973) há relatos de que alquimistas medievais já sabiam que certos minerais emitiam uma fraca luz no escuro quando os mesmos eram aquecidos.
Contudo, possivelmente o primeiro relato de caráter científico do fenômeno da termoluminescência foi feito em 1663 por Robet Boyle, que notou uma “luz esmaecida” de um diamante quando submetida a um processo de aquecimento.
Até 1940, ano em que foi inventada a fotomultiplicadora, o fenômeno da TL era utilizado, apenas, como ferramenta na identificação de minerais.
Estimulado pelos trabalhos de Farrington Daniels na universidade de Wisconsin, em 1950, o fenômeno da termoluminescência passou a ser utilizado para realizar medidas de exposição à radiação nuclear, além de outras aplicações.
Iniciou-se por volta deste período, também, o estudo do mecanismo envolvido com a termoluminescência, principalmente pelos trabalhos de Randall e
Wilkins, em 1945, que formularam um modelo teórico para a curva de emissão.
Todavia, a possibilidade do uso da termoluminescência na datação arqueológica e geológica só surgiu em 1953, sugerida por Daniels et al. (1953), e logo após com o trabalho apresentado por Kennedy e Knopf, em 1960, no Meeting of American Association for the Advance of Science,relatando resultados de datação por TL de amostras arqueológicas e de lava (Santos, 2002).
Neste mesmo ano Grögler et al. (Tatumi, 1987) detectou que amostras cerâmicas apresentavam o fenômeno da termoluminescência, levantando assim, o potencial de utilização destes materiais para datação arqueológica.
Em 1961, os trabalhos de datação de amostras geológicas por termoluminescência tomaram um grande impulso com os trabalhos de Johnson (Aitken; 1985), datando rochas presentes nas proximidades da intrusão da lava, a fim de determinar a época em que a mesma fluiu pela região.
Porém, nesta época, os pesquisadores encontravam diversas dificuldades na utilização da termoluminescência para datação arqueológica e geológica, pois a quantidade de impurezas presentes nas amostras já era um fato bastante conhecido, mas não havia sido feito um estudo do seu papel na TL.
Subseqüentemente, com o estudo do mecanismo e do papel das impurezas na TL, McDougall (1968) em (Santos, 2002), a termoluminescência passou a
ser utilizada para datação arqueológica em diversos laboratórios pelo mundo.
Imediatamente, após o início da década de 70, surgiram extensões do uso da datação por termoluminescência para diversos materiais, como argilas queimadas, que potencialmente apresentam-se como uma ferramenta para o estudo da paleontologia, onde o método do carbono 14 é limitado; a calcita para datação de estalagmite e a lava vulcânica para estudo em geologia, etc.
No Brasil, as primeiras datações por TL foram feitas no Instituto de Física da USP, por Szmuk e Watanabe em 1971, quando dataram vasos cerâmicos e urnas funerárias encontradas no interior de São Paulo, dando seqüência a diversos trabalhos em vários sítios arqueológicos pelo Brasil, como no Parque Nacional do Xingú Miyamoto e Watanabe.(1974), Araripe no Norte do Brasil Matsuoka (1984),(Santos,2002).
Atualmente, têm sido feitas diversas datações por TL de materiais provenientes de diversos locais do Brasil, realizadas pelo Laboratório de Vidros da FATEC/SP, no Instituto de Física da USP.
Em Sergipe, o potencial para datação arqueológica foi levantado após a implantação do Laboratório de Caracterização de Materiais, posteriormente, Laboratório de Preparação e Caracterização de Materiais (LPCM), em 1992, no Departamento de Física da Universidade
Federal de Sergipe (UFS) e com a implantação do Projeto Arqueológico de Xingó, pois nos sítios escavados na região foram encontradas grandes quantidades de materiais cerâmicos, levantando a possibilidade de formação de um grupo de datação arqueológica por TL no
LPCM (Santos, 2002).

[editar] Modelos cineticos para o processo de termoluminescencia

[editar] Modelo de Randall e Wilkins (cinetica de primeira ordem)

Randall e Willkins (1945) fizeram a primeira formulacao metematica do processo de TL, desprezando o re-armadilhamento de eletrons liberados termicamente.

A hipotese fundamental neste modelo e a probabilidade p, por unidade de tempo, de um eletron, num nivel de energia E, contado a partir do fundo de BC (Banda de Conducao), ser liberado da armadilha, a temperatura absoluta T:

 p = s.exp(- E/kT)
(1.1)
,

onde K e a constante de Boltzmann, s e o fator de frequencia; E e tembem conhecido como o nome de energia de ativacao.

Supondo que os eletrons liberados termicamente recombinam-se com os buracos nos centros de recombinacao, imediatamente, a intensidade de emissao termoluminescente I(t) e proporcional a varicao do numero de armadilhas preenchidas com eletrons n, e temos

 I(t) \alpha	-dn/dt = n.s.exp(- E/kT)
(1.2)


Admitindo que o aquecimento da amostra e linear, com coeficiente linear  dT/dt = \beta contante positiva, obtemos a seguinte expressao para n(T):

 n(t) = n_o.exp\left(-\int_{T_o}^T \frac{s}{\beta}e^{-\frac{E}{kT'}}dT \right)
(1.3)

onde  n_o = n(to). Da equacao (1.2) obtem-se a seguite:

 I(T) = C.n_o.s.exp\left(-\frac{E}{kT}\right)  exp\left(-\int_{T_o}^T \frac{s}{\beta}e^{-\frac{E}{kT'}}dT' \right)
(1.4)
.

A dependencia de dn/dt em n conduz a cinetica de primeira ordem ou a cinetica monomolecular. Observamos um pico na emissao termoluminescente, cuja forma e assimetrica

ImagemA.jpg

[editar] Modelo de Garlick e Gibson (cinetica de segunda ordem)

Na realidade, Garlick e Gibson (1948), no seu trabalho original consideraram:

I(t) =  -C\frac{dn}{dt} = C\frac{n^2}{\tau}
(1.5)

onde  \tau = p^{-1} e obtiveram a equacao da intensidade TL:


I(T) = C.n^2_o\frac{s}{N}exp\left(-\frac{E}{kT}\right)\begin{bmatrix} 1 + \frac{n_os}{N\beta}\int^T_{To}exp\left(-\frac{E}{kT'} \right)dT'  \end{bmatrix}^{-2}
(1.6)


A presenca do temo n^2 na derivada de n em relacao ao tempo caracteriza a cinetica de segunda ordem ou cinetica bimolecular. surge um pico aproximadamente simetrico na emissao termoluminescente, como mostra a figura 1.B

ImagemB.jpg

[editar] Modelo de Halperin e Braner

Um tratamento matematico generalizado e compreensivel fisicamente para o processo de TL foi feito por Halperin e Braner(1960), que utilizaram as equacoes diferenciais desenvolvidas em 1956 por Adirovich para explicar o fenômero de fosforescencia(*). Halperin e Braner consideraram um modelo constando de uma unica especie de armadilha e uma de centros de recombinação.

As N armadilhas estao ligadas a banda de conducao atraves de dois coeficientes: Um coeficiente de liberação térmica de elétrons aprisionados, p, e o outro de recaptura de eletrons livres, com n o numero de armadilhas preenchidas com eletrons e o de centros de recombinacao ocupadas com buracos, com m, a neutralidade da carga total e dada por:


 n + n_c = m
(1.7)


As variacoes de n,n e m em relacao ao tempo sao dadas por:


 \frac{dm}{dt} = -A_m.m.n_c
(1.8)


 \frac{dn}{dt} = -s.n.exp\left(-\frac{E}{kT}\right)+ n_c\left(N-n\right)An
(1.9)


 \frac{dn_c}{dt} = s.n.exp\left(-\frac{E}{kT}\right) - n_c\begin{bmatrix}mA_m + (N-n)A_n\end{bmatrix}
(1.10)

______________________________

(*) Afosforescência pode ser considerada como termoluminescência isotermica e pode dar similar informação sobre os parametros das amardilhas.


A figura (1C) mostra o processo descrito pelas equacoes (1.8),(1.9) e (1.10). A intensidade de emissao termoluminescente e igual a taxa de variacao de m, isto e:

 I(t) = -C\frac{dm}{dt}
(1.11)


A primeira equacao descreve o processo no qual a concentracao m varia com t por consequencia da recombinacao de eletron livre com buraco

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Figura 1C
Modelo de Halperin e Branner(Horowitz,1984)



A segunda equacao descreve a cinetica de eletrons entre as armadilhas e a banda de conducao. A taxa de liberacao desses eletrons e proporcional a concentracao de eletrons aprisionados n, e a probabilidade p, e a taxa de recaptura e proporcional a concentracap de n com t e, por isso, descrita pela equacao (1.9). A terceira equação descreve a variacao de  n_c com t e, e claro, depende de eletrons liberados das armadilhas,  n.s.exp\left(-\frac{E}{kT}\right) , de elétrons recapturados A_n.n_c(N-n) e de eletrons que sobrem recombinacao  A_mn_cm .

É necessário acrescentar a condicao de neutralidade global de carga, ja mencionada (eq 1.7). Tomando a primeira derivada de m com respeito a tempo, tem-se:

 \frac{dm}{dt} = \frac{dn}{dt}+\frac{dn_c}{dt}

(1.12)


O conjunto das equações (1.8)-(1.10), pode ser resolvido numericamente para o conjunto de parametros A_m, A_n, n_o, m_o, n_c, N, E e s , (Shenker e Chen, 1972) (link).

As hipoteses basicas adotadas por Adirovitch, Halperine Braner, sao as seguintes:

 |\frac{dn_c}{dt}| << |\frac{dn}{dt}|

(1.13)

 n_c << n

(1.14)


A primeira hipotese significa que nao ocorre uma acumulação de eletrons na banda de conducao, portanto, a equacao (1.12), torna-se:


 \frac{dm}{dt}\approx  \frac{dn}{dt}

(1.15)

A segunda hipotese significa que durante o aquecimento da amostra, a concentracao de eletrons na banda de condução e muito menor que a de armadilhas cheias. A partir das hipoteses dadas na equação (1.13) e (1.14), e das equações (1.8) - (1.11), obtemos a seguinte relação:


 I = -\frac{dm}{dt} = \frac{s.n.exp\left(- \frac{E}{kT}\right)A_mm}{A_mm+A_n(N-n)}

(1.16)


Esta e uma equacao geral da intensidade de emissao termoluminscente e pode ser usada para os casos particulares dos processos de cineticas de primeira e segunda ordem, adicionadas algumas hipoteses.

No caso de:

A_mm >> A_n(N-n)
(1.17)


a equacao (1.16) torna-se

I = -\frac{dn}{dt}=s.n.exp\left(-\frac{E}{kT}\right)
(1.18)

que corresponde ao modelo proposto por Randall e Wilkins e e igual a equacao (1.2)

Considere o caso contrario, isto e,
A_n(N-n) >> A_M
(1.19)
.

Como n e m diminuem durante o aquecimento da amostra, a relacao acima continua sendo valida, uma vez que essa relacao e satisfeita inicialmente. Alem disso, se N >> n, a equacao (1.16) torna-se

I = -\frac{dn}{dt}= \left(\frac{s.A_m}{N.A_n}\right)n.m.exp\left(-\frac{E}{kT}\right)
(1.20)

Considerando  n = m  e A_n = A_m , a equacao (2.20) fica:

I = \left(\frac{s}{N} \right)n^2exp\left(-\frac{E}{kT}\right)
(1.21)

que corresponde a equação de segunda ordem deduzida por Garlick e Gibson.

[editar] Aplicações

[editar] Aplicações na Área Médica

O cristais com propriedades termoluminescentes são muito utlizados na área médica como dosímetros para monitoramento pessoal ou de áreas.


[editar] Aplicações na datação

Wulfenita apresenta fluorescência quando resfriada a baixo de zero
Termoluminescência da Fluorita, que apresenta o tom azulado quando é aquecida

O uso da termoluminescência nas datações arqueológicas e geológicas baseia-se nos seguintes princípios

  1. existência de uma ou mais substâncias termoluminescentes, nas quais se acumule o efeito TL durante o tempo a ser determinado;
  2. existência do "momento" a partir do qual começa a contagem do tempo a ser determinado, denominado "zero cronologico";
  3. existência de um padrão de medida, que pode ser a TL acumulada num ano, ou a dose anual de radiação do local de extração do objeto ou material a ser datado.

A termoluminescência também pode ser utilizada no acompanhamento do tratamento do câncer por radioterapia onde se pode determinar a dosagem real absorvida. Também foram utilizadas técnicas de termoluminescência em Hiroshima para traçar a extensão e a força da radiação da bomba atômica.

[editar] Referências

Radiation Measurements Volume 35, Issue 1, January 2002, Pages 47–57
Dissertação de Mestrado - 2001 - Andrade, Marcelo Barbosa de - Datação de Peixe Fóssil da Chapada de Araripe-CE por Termoluminescência e Ressonância Paramagnética Eletronica (EPR)
Dissertação de Mestrado - 1994 - Arenas, Jorge Sabino Ayala - Datação de sedimento da Ilha de Cananéia, SP, e da Duna de Pilão Arcado, Bahia, pelo método de termoluminescência.

McKeever, S.W.S. Thermoluminescence of Solids
Thermo1
Thermo2
wiki - Ing
- Thermoluminescence pdf
- Thermoluminescence - Theory e applications - by DON LANCASTER

Ano Filme Desvantagens


Câmara de Ionização Alta Precisão Predefinição:Sim Young Stoker


1942 In Which We Serve Predefinição:Sim Young Stoker
1944 The Hundred Pound Window Predefinição:Sim Tommy Draper
1946 Journey Together Predefinição:Sim David Wilton
A Matter of Life and Death Predefinição:Sim Um Piloto Inglês
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