Mudanças entre as edições de "Usuário:Drielle"

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''E eu que era um menino puro''<br>
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Quase!!!
Não negativa<br>
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No mangue daquela carne!
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Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
Dizia que era morena...
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É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
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Quem quase ganhou ainda joga,
Sabendo que era mulata<p>
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quem quase passou ainda estuda,
Dizia que era donzela
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quem quase morreu está vivo,
Nem isso não era ela
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quem quase amou não amou.
Era uma môça que dava.
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Deixava... mesmo no mar
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Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Onde se fazia em água
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Onde de um peixe que era
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Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
Em mil se multiplicava
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A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Onde suas mãos de alga
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Sobre o meu corpo boiavam
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A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Trazendo à tona águas-vivas
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Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Onde antes não tinha nada.
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Quanto meus olhos não viram
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Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
No céu da areia da praia
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O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Duas estrelas escuras
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Brilhando entre aquelas duas
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Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Nebulosas desmanchadas
+
 
E não beberam meus beijos
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Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
Aqueles olhos noturnos
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De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Luzinho de luz parada
+
 
Na imensa noite da ilha!
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Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Era minha namorada
+
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Primeiro nome de amada
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Primeiro chamar de filha
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Desconfie do destino e acredite em você.
Grande filha de uma vaca!
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Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Como não me seduzia
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Como não me alucinava
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Como deixava, fingindo
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Fingindo que não deixava!
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Aquela noite entre todas
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Que cica os cajus! travavam!
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Como era quieto o sossego
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Cheirando a jasmim-do-Cabo!
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Lembro que nem se mexia
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O luar esverdeado.
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Lembro que longe, nos longes
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Um gramofone tocava,
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Lembro dos seus anos vinte
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Junto aos meus quinze deitados
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Sob a luz verde da lua.
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Ergueu a saia de um gesto
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Por sobre a perna dobrada
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Mordendo a carne da mão
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Me olhando sem dizer nada
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Enquanto jazente eu via
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Como uma anêmona n'água
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A coisa que se movia
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Ao vento que a farfalhava.
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Toquei-lhe a dura pevide
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Entre o pêlo que a guardava
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Beijando-lhe a coxa fria
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Com gosto de cana-brava.
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Senti, à pressão do dedo
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Desfazer-se desmanchada
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Como um dedal de segredo
+
A pequenina castanha
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Gulosa de ser tocada.
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Era uma dança morena
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Era uma dança mulata
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Era o cheiro de amarugem
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Era a lua cor de prata
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Mas foi só aquela noite!
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Passava dando risada
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Carregando os peitos loucos
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Quem sabe pra quem, quem sabe!
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Mas como me perseguia
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A negra visão escrava
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Daquele feixe de águas
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Que sabia ela guardava
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No fundo das coxas frias!
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Mas como me desbragava
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Na areia mole e macia!
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A areia me recebia
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E eu baixinho me entregava
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Com medo que Deus ouvisse
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Os gemidos que não dava!
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Os gemidos que não dava
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Por amor do que ela dava
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Aos outros de mais idade
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Que a carregaram da ilha
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Para as ruas da cidade.
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Meu grande sonho da infância
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Angústia da mocidad
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[[http://stoa.usp.br/luli/files/122/303/limoes.jpg]]
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Edição atual tal como às 19h57min de 17 de agosto de 2008

Quase!!!

Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.

Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

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