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[editar] Aspectos históricos da teoria de Controle
Em praticamente todos os sistemas da natureza há a possibilidade de intervenção que permite exercer algum controle sobre o sistema. Aspectos tecnológicos nos fazem procurar uma forma de exercer este controle automaticamente. É o que chamaremos de retroalimentação do sistema.
Basicamente a origem da teoria de controle são os sistemas de regulagem, isto é, procura-se desenvolver um processo automático para que um sistema fique numa situação de equilíbrio. Assim um sensor detecta se o sistema está se desregulando e um controlador atuaria automaticamente para restabelecer o equilibrio. Claro que muitos mecanismos engenhosos foram desenvolvidos durante milênios para resolver este problema, porém um caso interessante era o de controle de velocidade de moinhos de vento. Huygens inventou um instrumento conhecido como flyball que na pratica resolvia o problema. Esta mesma idéia do flyball foi usada depois por Watt em máquinas para o controle de fluxo de vapor. Este modelo que funcionava na prática tinha um problema de excesso de vibração para velocidades muito altas. Foi Maxwell quem elaborou um modelo matemático para o flyball e colocou o problema de eliminação das vibrações como um problema de estabilização. Este foi, pode-se dizer, o primeiro problema matemático da teoria de controle.
No começo do século XX, o desenvolvimento das redes de comunicações telefônicas, propiciou o aparecimento de novos modelos e a utilização de métodos da teoria de funções a variáveis complexas para eliminação de ruídos e filtragens de sinais. Os trabalhos pioneiros nesta linha deveu-se a Black, Bode e Nyquist do grupo do laboratório Bell. O conjunto de métodos desenvolvidos por eles influenciou bastante a engenharia e é chamado de teoria de controle clássica. Isso foi mais ou menos em 1930. Depois da segunda guerra mundial os métodos de otimização ganharam importância e é um mérito da teoria de Pontriaguin o estudo da teoria de controle ótimo. O desenvolvimento da teoria de sistemas dinâmicos propiciou uma nova abordagem para os sistemas de controles lineares. Assim nas décadas de 1960 e 1970 desenvolveu-se bastante uma teoria estrutural dos sistemas de controle. E nesta abordagem "moderna" baseada no espaço de estados dos sistemas são importantes os conceitos de controlabilidade e observabilidade introduzidos por Kalman. No final do século passado desenvolveram-se os métodos geometricos para o estudo de sistema de controle não linear. Em todos estes tópicos há ainda pesquisa bastante ativa. --Patonelli 15h27min de 24 de agosto de 2009 (UTC)patonelli
[editar] Exemplos de sistemas de controle
[editar] Um satélite simples num campo newtoniano
Uma partícula de massa m está sob ação de um campo de acelerações central newtoniano. Além disso podemos colocar dois controles independentes, um na direção radial e outro na direção tangencial ur e uθ respectivamente. A equação dinâmica deste sistema é dada pela segunda lei de Newton:
m¨r=(−kr2+ur)er+uθeθ |
fazendo a massa m=1 para que eu não tenha que ficar digitando coisas a mais. Podemos reecrever as equações em coordenadas polares como:
¨r=r˙θ2−kr2+ur r¨θ=−2˙r˙θ+uθ |
Estas duas equações nos dão um sistema de controle não linear com duas entradas de controle. Voltaremos a este exemplo quando falarmos de linearização.
--Patonelli 21h10min de 22 de agosto de 2009 (UTC)patonelli
[editar] O pêndulo invertido
O pêndulo invertido é um problema clássico em teoria de controle, as equações do movimento são:
(M+m)¨x−ml¨θcosθ+ml˙θ2sinθ=F
ml(−gsinθ−¨xcosθ+l¨θ)=0 |
A variável de controle aqui é a força F
[editar] Um forno simplificado
A figura mostra o esquema de um forno constituído de uma jaqueta de um material (a parte cinza) que é aquecido por uma resistência, e o calor é transmitido para o interior do forno. A taxa de calor u(t) é o controle do sistema. As temperaturas (que estamos supondo ser uniformemente distribuídas no espaçao!) T1(t) e T2(t) são as variáveis de estados. Sendo c1 e c2 as capacidades térmicas da jaqueta e do interior do forno respectivamente; a1 e a2 área exterior e interior da jaqueta; r1 e r2 os coeficientes de transmissão de calor da parte externa e interna da jaqueta e T0 a temperatura exterior. A equação de balanço térmico nos dá:
c1˙x1(t)=(−r2a2−r1a1)x1+r2a2x2+u(t)
c2˙x2(t)=r2a2x1−r2a2x2 |
Onde x1=T1−T0 e x2=T2−T0
[editar] Um circuito elétrico
Na figura ao lado vemos as equações dinâmicas de alguns componentes elétricos: resistores, condensadores e indutores. Usaremos estas equações e as leis de Kirchoff dos nós e das malhas para escrever a relação dinâmica entre voltagem e corrente do circuito abaixo.
Chamaremos de x1 a voltagem pelo capacitor C do circuito, e de x2 a corrente através do indutor L Aplicando as leis constitutivas dos elementos e as leis de Kirchoff temos as relações dinâmicas
˙x1=−x1R1C+vR1C ˙x2=−x2R2L+vL |
Neste caso v(t) é a única entrada do sistema (e portanto o controle) e a corrente é a saída do sistema. Para encontrar a relação entre entrada e saída temos resolver uma equação diferencial nas variáveis x1 e x2, que podem ser interpretadas como variáveis auxiliares neste caso. --Patonelli 21h32min de 22 de agosto de 2009 (UTC)patonelli
[editar] Um modelo de economia
Num modelo simples podemos definir as seguintes variáveis,
Yn é a receita anual no ano n Cn total do consumo no ano n In investimento no ano Gn gastos do governo
A equação dinâmica é determinada pelas seguintes relações entre as variáveis
|
O controle do sistema é Gn. A equação a diferenças finitas fica
Yn=f(Yn−1)+g(f(Yn−1)−f(Yn−2))+Gn |
--Patonelli 23h04min de 22 de agosto de 2009 (UTC)patonelli
[editar] Caracterização dos sistemas lineares
Os exemplos acima nos dão as principais carecterísticas dos sistemas de controle. Dependendo do sistema ser contínuo ou discreto temos as equações
˙x(t)=f(x(t),u(t)) y(t)=g(x(t),u(t)) |
e no caso discreto
xn+1=f(xn,un) yn=g(xn,un) |
onde x∈Rn é a variável de estado, y∈Rp é a variável de saída e u∈Rm são os parâmetros de entrada.
As funções estruturais do sistema f:Rn×Rm→Rn e g:Rn×Rm→Rp são usadas para classificar os sistemas. No nosso caso estaremos interessado somente nos casos de sistemas lineares invariantes no tempo, ou seja quando
f(x,u)=Ax+Bu g(x,u)=Cx |
Com A matriz n×n, B matriz n×m e C matriz p×n. Nas próximas sessões vamos analisar mais detalhadamente estes exemplos.
[editar] Uma técnica de linearização
Se (x0,u0) for um ponto de equilíbrio do campo f(x,u) então o sistema
˙z=∂f∂x(x0,u0)z+∂f∂u(x0,u0)v |
é o sistema linearizado em torno do ponto de equilíbrio. A mesma técnica é utilizada para o ponto de equilíbrio de um sistema discreto. Lembro que o ponto de equilíbrio de um sistema discreto satisfaz f(x0,u0)=x0 e do sistema contínuo f(x0,u0)=0
Como exemplo retomamos a equação do satélite. fazendo uθ=ur=0, encontramos um movimento circular uniforme que é uma trajetória de equilíbrio para um determinado momento angularr(t)=r0,θ(t)=ωt Agora fazemos as mudanças de variáveis:
x1=r(t)−r0,x2=˙x1,x3=θ(t)−ωt,x4=˙x3 |
e usando a técnica de linearização ensinada obtemos os sistema linear:
(˙x1˙x2˙x3˙x4)=(01003ω2002ωr000010−2ωr000)(x1x2x3x4)+(00100001)(u1u2) |
Vamos considerar um segundo exemplo, das equações de Euler de um corpo rígido. As equações são as seguintes:
I1˙ω1=(I2−I3)ω2ω3+u1I2˙ω2=(I3−I1)ω1ω3+u2I3˙ω3=(I1−I2)ω1ω2+u3 |
Vamos considerar I1=I2 e linearizar o sistema resultante em torno de ui=0 e da trajetória particular ω1(t)=cos(Kω0t)ω2(t)=sin(Kω0t)ω3(t)=ω0
O sistema linearizado, ao longo desta trajetória fica:
(˙x1˙x2˙x3)=(0−Kω0−Ksin(Kω0t)Kω00Kcos(Kω0t)000)(x1x2x3)+(100010001)(u1u2u3) |
Neste caso o sistema linear não é invariante no tempo!
[editar] Exponencial de matrizes
Defineremos a exponencial de uma matriz A=(aij)∈Rn×n como a soma da série:
exp(A)=∑∞k=0Akk! |
Esta soma converge absolutamente uma vez que introduzimos no espaço das matrizes a norma induzida da norma euclidiana em Rn isto é
‖A‖=supx≠0{‖Ax‖2‖x‖2} |
As principais propriedades da exponencial de matrizes:
Propriedades
|
[editar] Solução das equações lineares não homegêneas
Em primeiro lugar note que pela propriedade 6 acima a curva x(t)=exp(tA)v é solução da equação diferencial
˙x=Ax |
para que satisfaça também a condição inicial x(t0)=x0 basta escolher v=exp(−t0A)x0 desta forma
x(t)=exp(t−t0)Ax0 |
˙x=Ax
x(t0)=x0 |
Da mesma forma para resolvermos o problema não homogêneo:
˙x=Ax+Bu(t)
x(t0)=x0 |
Notemos que a curva x(t)=exp(tA)v(t) satisfaz a equação: ˙x=Ax+exp(tA)˙v(t) Resolvendo a equação em v(t) exp(tA)˙v(t)=Bu(t) exp(t0A)v(t0)=x0 obtemos v(t)=x0+∫tt0exp(−sA)Bu(s)ds e finalmente obtemos a nossa aplicação de transição de estados
x(t,t0,x0,u(⋅))=exp((t−t0)A)x0+∫tt0exp([t−s]A)Bu(s)ds |
[editar] Exemplo simples
O sistema ¨x=u(t) pode ser escrito como:
(˙x˙y)=(0100)(xy)+(01)u(t) |
A aplicação da fórmula para a condição inicial no instante t=0, lembrando que exp(tA)=(1t01), nos dá
(x(t)y(t))=(x0+y0t+∫t0(t−s)u(s)dsy0+∫t0u(s)ds) |
[editar] Controlabilidade
Antes de abordar controlabilidade convém falar de dois tópicos:
[editar] Controles admissíveis
A controlabilidade estuda a relação entre os controles e os pontos atingíveis no espaço de estados. Por isso é importante dar algumas propriedades estruturais do conjunto dos controles. Nesta disciplina chamaremos de Conjunto dos controles admissíveis o seguinte:
U={u:R→Rm: localmente integraveis } |
Este conjunto tem as seguintes propriedades:
- É um espaço vetorial,
- É invariante pelo sistema dinâmico de translação θt
- É fechado pela concatenação ∧t0 para todo t0∈R
- Contém a família das funções constantes por partes
Um subconjunto de U com estas quatro propriedades também pode ser chamado de um conjunto de controles admissíveis e alteraria um pouco o estudo da controlabilidade. Este conjunto que vamos usar pode ser pensado como o maior conjunto de controles admissíveis.
A translação é definida como:
θt(u)(s)=u(s−t) |
e a concatenação no tempo t0 é definida assim
(u∧t0v)(s)={u(s) se s≤t0v(s) se s>t0 |
[editar] Propriedades da aplicação de transição de estados
Para os sistemas de controle contínuos de forma geral, aplicação de transição de estados é uma aplicação:
ϕ:R×R×Rn×U→Rn |
Satisfazendo as propriedades:
- ϕ(t,t,x0,u(⋅))=x0, chamada de compatibilidade.
- ϕ(t2,t1,ϕ(t1,t0,x0,u(⋅)),v(⋅))=ϕ(t2,t0,x0,u∧t1v(⋅)), sistema dinâmico.
- ϕ(t1,t0,x0,u(⋅)) só depende do valor de u(t) no intervalo [t0,t1]
No caso dos sistemas lineares independentes do tempo temos
ϕ(t,t0,x0,u(⋅))=exp((t−t0)A)x0+∫tt0exp((t−s)A)Bu(s)ds |
e neste caso temos ainda as seguintes propriedades:
- ϕ(t,t0,x0,u(⋅))=ϕ(t,t0,x0,0)+ϕ(t1,t0,0,u(⋅)): decomposição entre dinâmica livre e controlada
- ϕ(t,t0,x0+x1,u(⋅)+v(⋅))=ϕ(t,t0,x0,u(⋅))+ϕ(t,t0,x1,v(⋅)): princípio da superposição
- ϕ(t,t0,x0,θt0u(⋅))=ϕ(t−t0,0,x0,u(⋅)): invariante no tempo.
Esta última propriedade é que nos justifica o estudo da controlabilidade só quando o tempo inicial é 0
Se a e b são dois pontos do espaço de estados Rn, dizemos que b é atingível em tempo T a partir de a se existir um controle admissível u(t)∈U tal que
ϕ(T,0,a,u(⋅))=b |
Nesta caso dizemos também que o controle u transfere a para b em tempo T. O conjunto de todos os pontos atingíveis a partir de a em tempo T>0 será denotado por A(a,T).
No caso do sistema linear é fácil verificar que
A(a,T)=exp(tA)a+A(0,T) |
Diremos que o sistema é controlável quando A(0,T)=Rn.
[editar] Matriz de controlabilidade
Note que o conjunto A(0,T) depende apenas das matrizes A, B do tempo T>0 e da família de controles admissíveis. Quando o sistema for controlável diremos que o par (A,B) é controlável.
Definiremos a matriz de controlabilidade de (A,B) (ou do sistema ) como
QT=∫T0exp(sA)BB′exp(sA′)ds |
esta matriz é simétrica, semidefinida positiva. Se for definida positiva então é invertível e neste caso o par (A,B) é controlável.
Basta verificar que para qualquer vetor do espaço de estados b∈Rn temos que o controle
ˆu(s)=B′exp((T−s)A′)Q−1Tb |
transfere a origem para b em tempo T
Assim QT ser invertível é uma condição suficiente para a controlabilidade. veremos que é também necessária.
Se o núcleo QT tem um elemento v≠0 então <QTv,v>=∫T0||B′exp(sA′)v||2ds=0. Pela analiticidade do integrando temos B′exp(sA′)v=0∀s.
Neste caso temos que para todo controle admissível u(⋅)∈U
∫T0<exp((T−s)A)Bu(s)u(s),v>ds=0 |
e isto significa que o vetor v não é acessível pois é ortogonal ao conjunto de atingibilidade de 0. Portanto para o sistema ser controlável é necessário que a matriz QT seja invertível.
[editar] Exercício resolvido
Verificar se é controlável o seguinte sistema:
˙[x1x2x3]=[10−101020−1][x1x2x3]+[001]u |
QT=∫T0esABB′esA′ds
A=[10−101020−1];A2=[−10001000−1];A3=[−101010−201];A4=I;
esA=I+sA+s2A22!+s3A33!+...
esA=[sin(s)+cos(s)0−sin(s)0es02sin(s)0−sin(s)+cos(s)];
esA′=[sin(s)+cos(s)02sin(s)0es0−sin(s)0−sin(s)+cos(s)];
QT=∫T0[sin(s)+cos(s)0−sin(s)0es02sin(s)0−sin(s)+cos(s)][001][001][sin(s)+cos(s)02sin(s)0es0−sin(s)0−sin(s)+cos(s)]ds
QT=∫T0[sin2(s)0sin2(s)−sin(s).cos(s)000sin2(s)−sin(s).cos(s)0(cos(s)−sin(s))2]ds
detQT=0⇒sistema não é controlável. |
[editar] Critério de controlabilidade de Kalman
Definimos o operador linear:
LT(u(⋅))=∫T0exp(sA)Bu(s)ds |
Verifica-se facilmente que o par (A,B) é controlável quando a imagem deste operador linear é o espaço de estados Rn. Como o espaço vetorial U é de dimensão infinita este operador não tem uma representação matricial. Mas se considerarmos o operador
l(A,B):Rm×⋯×Rm→Rn |
definido como
l(A,B)(u0,…,un−1)=Bu0+ABu1+⋯+An−1Bun−1 |
com o auxilio do teorema de Cayley-Hamilton podemos mostrar que para qualquer par de matrizes (A,B) as imagens dos operadores l(A,B) e LT coincidem. Neste caso a dimensão da imagem do l(A,B) é o posto de sua matriz de representação numa base qualquer. Na base canônica a matriz de representação é a matriz de Kalman
K(A,B)=[B(AB)⋯(An−1B)]∈Rn×nm |
Assim o par (A,B) é controlável se e somente se o posto de K(A,B) for n.
[editar] Forma Normal de Kalman, ou decomposição de Kalman.
Suponha que a dimensão da imagem do operador l(A,B) seja um número k estritamente menor que a dimensão do espaço de estados. Observamos que o subespaço vetorial V=Im(l(A,B)) é um subespaço invariante por A e que contém a imagem do operador B. Escolhendo uma base de Rn adaptada a este subespaço teremos que nesta nova base o sistema (A,B) terá a forma (˜A,˜B) com
˜A=(A11A120A22)
˜B=(B10) |
onde A11∈Rk×k, A12∈Rk×(n−k), A22∈R(n−k)×(n−k) e B1∈Rk×m. Além disso o par (A11,B1) é controlável. Esta é a forma normal de Kalman
É fácil obter as relações
˜A=P−1AP
˜B=P−1B |
onde P é a matriz de mudança de base da base adaptada para a base canônica. Sempre que tivermos esta relação dizemos que os pares (A,B) e (˜A,˜B) são equivalentes.
[editar] Observabilidade
Retomemos a equação do sistema linear
˙x=Ax+Bu
y=Cx |
e verificamos a relação entre as condições iniciais do espaço de estado e a saída do sistema. A questão é: dado o controle admissível podemos identificar o estado inicial do sistema a partir da saída y(t). Diremos que os sistema é observável em tempo T se para quaisquer par de estados xa e xb diferentes, as respectivas funções de saída ya(t) e yb(t) também diferem. Ou seja: existe t∈[0,T] tal que ya(t)−yb(t)≠0.
Temos que ya(t)−yb(t)=Cexp(tA)(xa−xb), daí concluímos que o sistema é observável em tempo T, ou o par (A,C) é observável, se e somente se, Cexp(tA)x≠0 para todo x∈Rn.
Definimos a matriz de observabilidade :
RT=∫T0exp(sA′)C′Cexp(sA)ds |
Então verificamos que
∫T0‖Cexp(sA)x‖2ds=<RTx,x> |
donde o par (A,C) é observável se e somente se RT for invertível. Como a matriz de observabilidade de (A,C) é exatamente a matriz de controlabilidade de (A′,C′) temos as relações de dualidade. O sistema anterior e observável se e somente se o sistema dual
˙z=A′z+C′v
w=B′z |
Analogamente ao caso da controlabilidade podemos escrever os critérios de Kalman para a observabilidade: o par (A,C) é observável quando a matriz de kalman de observabilidade np×n
O(A,C)=[CCA⋮CAn−1] |
tem posto máximo.
[editar] Estabilidade de Sistemas Lineares
[editar] matrizes estáveis
Diremos que uma matriz A∈Rn×n é estável, ou o sistema linear ˙x=Ax é estável quando para todo vetor x∈Rn temos que:
limt→∞exp(tA)x=0 |
(0 é assintóticamente estável em EDO)
O conceito de estabilidade não depende das mudanças de base no espaço de estados e se A é estável todas as matrizes equivalentes são estáveis. Para determinar a estabilidade de uma matriz analisamos o conjunto dos autovalores desta matriz.
σ(A)={λ∈C:det(A−λI)=0} é o conjunto dos autovalores de A ω(A)=sup{Re(λ):λ∈σ(A)}
A matriz A é estável se e somente se ω(A)<0
[editar] Polinômios estáveis
Como vimos antes, determinamos a estabilidade de uma matriz A estudando as raizes de seu polinômio característico. De uma forma geral diremos que um polinômio
p(z)=zn+a1zn−1+⋯+an |
é estável se todas as raízes deste polinômio têm a parte real negativa. Os polinômios de graus 1 e 2, do tipo acima, são estáveis se e somente se os coeficientes ai forem todos positivos. Uma condição necessária para que um polinômio geral como o acima (líder=1) seja estável é que todos os coeficientes ai sejam positivos. Mas esta condição não é mais suficiente se o grau do polinômio for maior que 2.
[editar] Critério de Routh
Dado um polinômio p(z) como acima, com coeficientes reais, e supondo que a condição necessária esteja satisfeita, podemos escrever
p(ix)=U(x)+iV(x) |
Note que se n é par então grau de U é n e grau de V é n−1 sendo os líderes dos dois polinômios de sinais opostos.
Se se n é impar então grau de U é n−1 e grau de V é n sendo os líderes dos dois polinômios de mesmo sinal.
Construimos agora uma sequência de polinômios f1,f2,…,fk da seguinte forma: Se n é par então f1(x)=U(x) e f2(x)=V(x); se n for ímpar f1(x)=V(x) e f2(x)=−U(x). Os outros termos da sequência são obtidos pela aplicação do algorítmo de Euclides da seguinte forma
fi−1(x)=αi(x)fi(x)−fi+1(x) |
a sequência pára quando fk(x)=c.
O critério de Routh diz que o polinômio p(z) é estável se e somente se a sequência f1,…,fk tem n+1 elementos (k=n+1) e os sinais dos líderes dos polinômios fi vão se alternando.
[editar] Matrizes de Routh
O produto de Routh de duas sequências de números reais, (αi)i∈N, (βi)i∈N e uma terceira sequência (γi)i∈N definida da seguinte forma:
γk=−1β1det[α1αk+1β1βk+1] |
Vamos denotar isso como γ=R(α,β). Com um polinômio de grau n, p(z)=zn+a1zn−1+⋯+an, definimos duas sequências
σ1:1,a2,a4,…,0,0,…
σ2:a1,a3,…,0,0,… |
A matriz de Routh de um polinômio, p, será uma matrix em que cada linha será uma sequência quase-nula. A primeira linha será a sequência a sequência σ1, a segunda será a sequência σ2. A k−ésima linha será σk=R(σk−2,σk−1). Uma variação do critério de Routh acima é:
O polinômio p(z) com todos os coeficientes positivos é estável se e somente se a matriz de Routh tem exatamente n+1 linhas com o primeiro termo não nulo e todos os termos da primeira coluna são positivos.
[editar] Estabilização de sistemas lineares
Diremos que um par de matrizes (A,B) associado a um sistema linear é estabilizável se existir uma matriz K∈Rm×n tal que a matriz A+BK fique estável.
Diremos que um par (A,B) é completamente estabilizável quando para qualquer ω∈R dado, existe uma matriz K∈Rm×n tal que ω(A+BK)<ω
São equivalentes
|
[editar] Um pouco de funções analíticas
[editar] Números complexos
Em primeiro lugar, nos interessa dois aspectos do conjunto dos números complexos: sua característica algébrica de um corpo comutativo completo, e sua característica topológica de um espaço normado
[editar] A estrutura de corpo comutativo
C={(a,b)∈R2}
com as seguintes operações de soma e produto:
- Soma(a,b)+(c,d)=(a+c,b+d)
- Multiplicação (a,b).(c,d)=(ac−bd,ad+bc)
Note que a soma é completamente compatível com a estrutura de espaço vetorial de C. Também é fácil verificar as propriedades associativas, comutativas e distributivas das operações.
--Patonelli 15h25min de 12 de setembro de 2009 (UTC)
[editar] A estrutura topológica
Uma outra propriedade de C que vai nos interessar é sua estrutura topológica. Definimos no espaço a norma |z|=√zˉz definindo assim uma topologia compatível com a estrutura de R2.