Mudanças entre as edições de "Produção Gráfica (CRP-0357, ECA)/aulas/cor"
Alexnasmen (disc | contribs) |
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− | + | É interessante notar o quanto temos a opinião formada sobre a cor da água de do céu. | |
+ | Sempre nos disseram que é azul, mas será realmente azul??? E se for, qual tonalidade??? A cor é sempre a mesma ou varia de acordo com 'n' fatores, como luminosidade, por exemplo??? | ||
− | + | Essa cor varia graças a uma infinidade de elementos, das mais diversas naturezas. Até mesmo seu grau de astigmatismo afeta como você verá a cor (experiência própria)! | |
− | + | Que tal uma visão física sobre o assunto??? [http://www.fisica.net/optica/a_cor_do_ceu.php Física for Dummies!] | |
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+ | As fotografias de céu exemplificam a distorção da nossa percepção em relação às cores observadas na natureza. A definição do céu como azul, e dele ser sempre assim retratado em desenhos, filmes e mesmo na fotografia, se mostra relativa. | ||
http://stoa.usp.br/emykitsune/files/148/446/cor-apreendida.jpg | http://stoa.usp.br/emykitsune/files/148/446/cor-apreendida.jpg | ||
− | + | O céu pode adquirir tonalidades azuis, mas isso depende do ângulo de incidência dos raios solares na atmosfera, das condições climáticas e mesmo do local onde estamos. Mas a idéias de azul é tão enraizada em nossas mentes que sempre o imaginamos ou o retratamos desta cor. | |
− | No caso específico da fotografia, o fator cor também varia de acordo com o contexto cultural do local. Por exemplo, os negativos e os banhos produzidos pela KODAK (empresa norte-americana) tendem a produzir tons reforçados para o azul e para o vermelho, produzindo um alto contraste. Essa idéia deriva do contraste comum na bandeira norte-americana. Já os negativos da FUJI (empresa japonesa) tendem a reforçar mais os verdes, pois na cultura oriental o verde da vegetação é de extrema importância e beleza. | + | |
+ | No caso específico da fotografia, o fator cor também varia de acordo com o contexto cultural do local. Por exemplo, os negativos e os banhos produzidos pela KODAK (empresa norte-americana) tendem a produzir tons reforçados para o azul e para o vermelho, produzindo um alto contraste. Essa idéia deriva do contraste comum na bandeira norte-americana. Já os negativos da FUJI (empresa japonesa) tendem a reforçar mais os verdes, pois na cultura oriental o verde da vegetação é de extrema importância e beleza. | ||
--[[Usuário:Emykitsune|Emykitsune]] 01:54, 8 Maio 2007 (BRT) | --[[Usuário:Emykitsune|Emykitsune]] 01:54, 8 Maio 2007 (BRT) | ||
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+ | Atenção para a pergunta mais difícil do ano: Qual é a cor da geladeira abaixo? | ||
− | + | http://www.esmaltec.com.br/images/refrigerador/ER360D.gif | |
+ | Vamos lá, não deveria ser difícil...Branco? Não. | ||
+ | Ao visualizar uma imagem nós temos em nossa mente cores já definidas para alguns objetos e costumamos ver essas cores sem nem pensar se o que estamos vendo corresponde exatamente à realidade. | ||
+ | É o caso da geladeira. Vamos observar as cores que encontramos na foto: | ||
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+ | [[Imagem:Escala-de-Cores.jpg]] | ||
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+ | Agora tudo se torna bem mais fácil, certo? Isso porque pegamos apenas quatro cores. Existem muito mais cores numa foto, mas por enquanto, já sabemos que responder apenas "a geladeira é branca" está muito longe de ser verdade. É preciso olhar de verdade para as cores de um objeto, e retirar da cabeça as imagens pré formadas. | ||
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+ | --[[Usuário:Drisaniti|Drisaniti]] 12:42, 1 Julho 2007 (BRT) | ||
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+ | Neste exemplo, é significativa a diferença entre a cor aprendida e a cor apreendida. | ||
[[Imagem:laranja.jpg]] | [[Imagem:laranja.jpg]] | ||
− | + | A laranja, fruta apresentada nas duas imagens acima, é facilmente reconhecida pela cor que leva em seu próprio nome (cor aprendida). Entretanto, a fruta em questão aparece na imagem da esquerda com uma coloração evidentemente amarelada (cor apreendida), principalmente se comparada à imagem da direita. | |
--[[Usuário:Alexnasmen|Alexnasmen]] 18:25, 8 Maio 2007 (BRT) | --[[Usuário:Alexnasmen|Alexnasmen]] 18:25, 8 Maio 2007 (BRT) | ||
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+ | Uma outra forma de exemplificar esse assunto é utilizando objetos ainda mais presentes no cotidiano das pessoas. | ||
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+ | Ao ser perguntada “de que cor é esta porta?”, com certeza a maioria das pessoas responderia com convicção: “marrom”. | ||
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+ | [http://link.externo http://i175.photobucket.com/albums/w157/bernardogil/porta.jpg] | ||
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+ | No entanto, observando-se bem a sua coloração, é possível perceber que, na verdade, a porta possui várias cores. O marrom é, de fato, predominante. Mas aparece em diversos tons, que variam do mais claro ao mais escuro. Há também a presença da cor preta em algumas manchas menores e até de tons mais amarelados, em outras regiões da imagem. | ||
+ | Como a maior parte das portas é confeccionada a partir de troncos de árvores, tornou-se lugar comum dizer que sua cor é marrom, já que a madeira cortada costuma o ser. É o que se chama de '''cor aprendida'''. | ||
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+ | Dessa forma, mesmo que a '''cor apreendida''' – aquela que de fato o objeto possui e é percebida por nós – seja outra, costuma-se construir uma imagem mental do objeto com base na cor aprendida. | ||
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+ | No exemplo abaixo, um outro produto que, pelo efeito de cor aprendida, é sempre retratato como marrom, mesmo quando possui tonalidades diferentes ou outras cores na sua composição: o chocolate. | ||
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+ | [http://link.externo http://www.mitoledo.com/Donaire/Fotos/Chocolate.png] | ||
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+ | Neste caso, há uma diferença: o chocolate ao leite mostrado na figura é, de fato, marrom. E possui uma variação de tons muito menor, apresentando-se mais homogêneo e, portanto, podendo mais adequadamente ser chamado por esta cor. | ||
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+ | --[[Usuário:Bernardogil|Bernardogil]] 17:33, 3 Junho 2007 (BRT) | ||
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+ | Um exemplo clássico de cor que acreditamos ver em objetos é o famoso ovo "branco". | ||
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+ | Eis aqui uma foto de um ovo comum colocado sobre um fundo realmente branco: | ||
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+ | http://stoa.usp.br/fdcorte/files/217/721/ovobranco.jpg | ||
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+ | Pode-se ver nitidamente que a casca do ovo está longe de ser totalmente branca. Ela possui uma tonalidade levemente acinzentada, acentuada por sua textura porosa que causa a incidência de leve sombreamento por todo o corpo do ovo. A nuança diferente da cor do ovo para o branco puro mostra como um olhar superficial pode causar uma confusão na percepção da cor. | ||
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+ | --[[Usuário:fdcorte|fdcorte]] 01:24, 25 Junho 2007 (BRT) Felipe Della Corte | ||
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+ | Na foto abaixo, os quadrados A e B são de cores diferentes, certo? | ||
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+ | [[Imagem:Ilusao1.JPG]] | ||
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+ | [http://stoa.usp.br/wiki/Imagem:Ilusao2.JPG Clique aqui para ver a resposta] | ||
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+ | Na verdade, as cores próximas aos quadrados nos iludem, fazendo nosso cérebro interpretar a variação de tons como uma sombra real. No entanto, ambos são exatamente iguais. O ambiente é tão importante quanto o objeto para determinar sua cor, sua relevância e seu impacto. | ||
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+ | --[[Usuário:Danielsantos|Danielsantos]] 02:27, 1 Julho 2007 (BRT) | ||
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+ | Segue aqui o link para uma imagem/resposta deste exemplo de ilusão de ótica que para mim foi um tanto mais ilustrativo. | ||
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+ | [http://stoa.usp.br/w/images/a/aa/Checkershadow_double_med.jpg Outra opção para resposta] | ||
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+ | --[[Usuário:Acszan|Acszan]] 14:35, 1 Julho 2007 (BRT) | ||
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+ | == Cor apreendida == | ||
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+ | '''Interação de Cores''' | ||
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+ | A percepção das cores de um objeto pode ser influenciada por diversos fatores. Uma mesma cor aplicada em materiais diferentes, terá também uma percepção diferente. | ||
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+ | Um exemplo clássico dessa situação é a cor branca, quando comparada entre um ovo, papel sulfite, fórmica branca e ou qualquer outro material. Mesmo entre duas superfícies foscas (o papel e o ovo), o branco ainda aparece diferente. Há, é claro, uma verdadeira diferença na tonalidade de cada branco, mas a maior diferença existente acontece em virtude do material. E isto é extremamente importante em Produção Gráfica, uma vez que nos atenta para a correta escolha do suporte - afim de prezar pela melhor reprodução das cores pretendidas. | ||
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+ | Mas o exercício proposto nos atenta para o fato de que as cores também são alteradas de acordo com a interação entre elas. | ||
+ | |||
+ | Para os teóricos da BAUHAUS, a cor é um fenômeno interpretativo, ou seja, que depende da percepção humana. "O olho e a mente conseguem distinguir perceptvivelmente através de comparação e contraste. (...) A concepção de cor é a realidade psicofisiológica que se distingue da realidade fisicoquímica da cor" (Joahannes Itten, ''The Art of Color: Subjective Experience and Objective Rationale of Color'', Nova York: Van Nostrand Reinhold, 1996, p. 19). | ||
+ | Ou seja, o que Ittens diz aqui é que o nem sempre o branco é branco, e o preto é preto, e o azul é azul e assim por diante. As cores são um fenômeno de interação (vale a pena procurar mais sobre Josef Albers - outro da Bauhaus - e sua obra entitulada "Interactions of Color". O livro está está disponível na biblioteca da ECA). | ||
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+ | Itten continua: | ||
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+ | ''"No branco, o amarelo parece mais escuro, com um efeito de fino e delicado calor; no preto, adquire extremo brilho e uma qualidade de expressão fria, agressiva. O vermelho parece bem mais escuro no branco e seu brilho torna-se escasso; no preto o vermelho irradia um calor luminoso. No branco, o efeito do azul é de escuridão e profundidade. O quadrado branco que o circunda parece mais brilhante que no caso do amarelo. No preto, o azul toma um caráter brilhante, com profunda luminescência do matiz. No azul, o cinza parece vermelho-alaranjado, ao passo que no vermelho-alaranjado ele adquire um aspecto azulado"'' | ||
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+ | (Johannes Itten, ''Design and form: the Basic Course at the Bauhaus'', cit, p.19). | ||
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+ | Enfim, as combinações de cores alteram muito sua percepção. | ||
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+ | Trago aqui como contribuição para o exercício, a foto dessas beringelas: | ||
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+ | [http://www.theiazconcept.com/extraimages/beringelas.jpg http://www.theiazconcept.com/extraimages/beringelas.jpg] | ||
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+ | Para o exercício, no entanto, selecionei esta foto de beringelas. Aqui podemos perceber, além das diferentes texturas existentes (o prato, o interior da beringela, as sementes e a casca), a interferência na percepção das cores devido ao contraste marcante da própria beringela. A casca escura e brilhante é o início de todo o processo de confusão de cor. Ela se passa por preto, azul petróleo e até roxo dependendo do contraste e iluminação. Aberta a beringela, ela sofre mais contraste e influencia a percepção do miolo da ‘leguminosa’ (?) e nos faz enxergar um espectro que parte do branco, passa pelo amarelo claro e chega no verde claro (verdadeiro?) das bordas. Beringelas são uma mistura fantástica de cores que não são cores. Depois de frita então, em certo ponto ela adquire uma tonalidade que passa do cinza para o roxo, marrom e esverdeado. Isso sem falar no óleo multicolorido que geralmente acompanha a iguaria. | ||
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+ | por Renato Lacastagneratte (ppmat). | ||
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+ | [[Categoria:crp357]][[Categoria:Arthur Rosa Boni]] | ||
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+ | Duas cores se multiplicam quando seu suporte é modificado ou quando há uma diferenciação de contraste: | ||
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+ | http://www.wakinglimb.com/Images/WhiteStripes2.jpg | ||
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+ | Qual é a cor da calça de Meg White (à esquerda)? Qual é a cor de seu pé direito? Qual a cor do bumbo sobre o qual ela apóia o pé? É possível dizer as únicas "cores" desta foto são preto, branco e vermelho? É possível dizer que sim, se considerarmos as cores "aprendidas", ou seja, existe um reflexo imediato para se responder as três primeiras perguntas dizendo "branco"; Entretanto, é impossível afirmar que a calça, o pé e o bumbo da baterista são da mesma cor, pois são perceptivelmente diferentes, têm cores "apreendidas" diferentes. O mesmo acontece com todos os objetos vermelhos da foto, pois estes são suportes diferentes, sob situações de iluminação diferentes e têm seu contraste definido por outros elementos. | ||
+ | Esta observação é fundamental para a produção gráfica, afinal é imprescindível a noção de que a resposta para a pergunta "quantas cores existem nesta imagem?" é sempre "depende". | ||
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+ | --[[Usuário:arthurrb|arthurrb]] 16:33, 14 Junho 2007 (BRT) | ||
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+ | [[Categoria:crp357]][[Categoria:Luana Baio]] | ||
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+ | Vejamos a sequência de 3 fotos do nosso amigo Young: | ||
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+ | http://stoa.usp.br/luanabaio/files/215/883/young.gif | ||
+ | |||
+ | Essas fotos foram tiradas com pouquíssimo tempo de diferença, e sem nenhuma alteração na iluminação. O que mudou, foram apenas as características da máquina, como abertura do diafragma e tempo de exposição à luz. Os resultados, como se pode ver, são bem diferentes. E seguramente, senhuma dessas fotos consegue reproduzir fielmente a visão do fotógrafo. | ||
+ | |||
+ | Assim funciona a visão humana. A maneira como vemos as cores depende diretamente da quantidade de luz que chega aos nossos olhos e de tantos outros fatores. Porém, já é característica do ser humano estabelecer padrões, criar generalizações, para simplificar a maneira de ver o mundo e perceber as coisas. | ||
+ | |||
+ | As cores nada mais são do que isso. Agrupar tonalidades em grupos menores, uma vez que seria impossível criar nomes para todas as cores que enxergamos. | ||
+ | |||
+ | Aí entramos em tudo o que já foi dito nesta wiki antes: se não podemos afirmar a cor do céu, ou do mar, ou de nada neste mundo, como fazemos? Usamos nossas generalizações e, já que na maioria daz vezes é azul que vemos o céu, é assim que o vamos retratar na maioria das vezes, não importa se chove ou se faz sol. | ||
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+ | --[[Usuário:luanabaio|luanabaio]] 22:47, 01 Julho 2007 (BRT) Luana Baio | ||
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+ | Para ilustrar o problema da cor aprendida, utilizarei o exemplo do fogo, que é sempre representado pela cor laranja, embora essa não seja fiel à realidade.--[[Usuário:Juzinha|Juzinha]] 23:41, 1 Julho 2007 (BRT) | ||
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+ | [[Imagem:disney.jpg]] | ||
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+ | ==White balance== | ||
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+ | Além da anulação de tons por uma única cor que predomina, conforme foi mostrado nos exemplos anteriores, nosso cérebro foi condicionado e enxergar algumas coisas de forma totalmente diferente da realidade devido ao processo de aprendizado de cor ao qual somos submetidos desde criança. | ||
+ | Para exemplificar esse processo, resolvi tirar duas fotos de um armário branco que tem na cozinha de casa, iluminada por uma lâmpada fluorescente, como se pode observar no reflexo no vidro. | ||
+ | [[Imagem:luz-fosforescente.jpg]] | ||
+ | |||
+ | Na foto 1 vemos o armário como a maioria das pessoas está condicionada a vê-lo: branco. Essa foto foi tirada com o white balance da câmera ajustado para esse tipo de luz. | ||
+ | |||
+ | Com o white balance desativado (foto 2) vemos que sob o efeito da luz fluorescente tudo fica com um tom esverdeado, principalmente aqueles objetos que acreditamos enxergar como de cor branca. Isso se dá porque a luz desse tipo de lâmpada, que a maioria das pessoas pensa que é branca é, na verdade, verde. | ||
+ | |||
+ | Uma coisa é interessante: se você der uma câmera digital com o white balance desativado para uma pessoa tirar uma foto desse mesmo armário, na hora dela checar como ficou a foto ela vai indagar “nossa, ficou meio esverdeado...” , vai olhar para o armário que está na frente dela, que está exatamente igual ao que saiu na foto, e vai enxergá-lo branco! Isso porque ele, por estar inserido em um ambiente sob efeito de uma luz fluorescente, tende a anular o efeito esverdeado que ela provoca. | ||
+ | |||
+ | Desde pequenos fomos condicionados a aceitar que luz é luz, e é branca. Nunca em nossa infância aprendemos que existem mais de um tipo de luz. Dai para frente é como se o nosso cérebro ativasse um “white balance” para corrigir, ou melhor, distorcer o que os nossos olhos estão vendo. Com um pouco de prática é possível enxergar as interferências verdes nos objetos iluminados por esse tipo de lâmpada. | ||
+ | |||
+ | Podemos então questionar: uma fotografia mostra mesmo o que estamos vendo ou aquilo que acreditamos ver? Deste modo, o white balance, que você sempre acreditou ser um recurso usado para corrigir a iluminação de uma foto, não passa de mais um responsável por sustentar nosso analfabetismo visual. | ||
+ | |||
+ | --[[Usuário:Evandromalgueiro|Evandromalgueiro]] 15:26, 19 Junho 2007 (BRT) | ||
+ | <br><br> | ||
+ | ==Cor== | ||
+ | <br>O texto que redigi para meu trabalho explica bastante o que o Evandro falou acima.<br><br> | ||
+ | A cor dos objetos não é uma característica própria deles. É uma sensação provocada por estímulos físicos que dão origem à percepção da cor. Temos um sistema sensorial que categoriza as cores, associando um nome a uma tonalidade, assim como a imagem que "aprendemos" ser correspondente àquele tom. <br><br> | ||
+ | Ou seja, a percepção da cor depende muito da informação presente no cérebro do observador. Por exemplo, mesmo com uma iluminação diferente, veremos aquele sofá laranja pelo qual passamos todos os dias na recepção do escritório como laranja, ainda que o sol intenso do verão o torne mais amarelado ou que a lâmpada velha deixe-o num tom mais próximo do vermelho. <br><br> | ||
+ | Possuímos uma espécie de "correção visual", que faz com que vejamos os objetos com as cores que lembramos que eles têm. Assim, a percepção de uma mudança como a do exemplo é lenta. <br><br><br> | ||
+ | '''• Qual dessas cores é o laranja "verdadeiro"?''' | ||
+ | <br><br><br> | ||
+ | <center>http://stoa.usp.br/w/images/b/ba/Laranja_cor.jpg</center> | ||
+ | <br><br> | ||
+ | <center>http://stoa.usp.br/w/images/7/7c/Ceu_cor.jpg</center> | ||
+ | <br><br> | ||
+ | --[[Usuário:Natysfr|Natysfr]] 14:12, 22 Junho 2007 (BRT) | ||
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+ | ---- | ||
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+ | '''Representatividade de uma cor''' | ||
+ | |||
+ | Algumas cores já possuem alguns substantivos e adjetivos intrinsecamente ligados a ela. | ||
+ | |||
+ | http://www.linefone.com.br/media%5Cdinheirinho10.gif | ||
+ | |||
+ | Quando nos perguntam qual é a cor do dinheiro, logo respondemos “Verde”. A cor também serve para definir os substantivos abstratos “saúde”, “sorte” e “natureza”. | ||
+ | Para a palavra “natureza”, a cor está diretamente associada à tonalidade da maior parte das plantas e, dessa forma, não considera os demais elementos como os animais, a terra e os rios. “Saúde” e “sorte”, por serem elementos abstratos, tiveram a cor culturalmente aceita em diversas partes do mundo. | ||
+ | |||
+ | http://farm1.static.flickr.com/82/210034936_a2aab8abaf.jpg | ||
+ | |||
+ | A moeda brasileira (o Real), por exemplo, apresenta um diversidade de cores em suas notas de papel. Apenas uma delas, a nota de 1 real, é formada por tons de verde. Durante a infância aprendemos que o dinheiro é verde, seja nos desenhos animados, nos trabalhos de escola, ou nas propagandas de banco da televisão. | ||
+ | Dessa forma, destaca-se a importância que as cores têm nos meios de comunicação. Estas já transmitem culturalmente um sentimento ou lembrança específicos para um determinado público. Cabe ao anunciante conhecer bem as cores apreendidas de um objeto e, mais importante, conhecer as cores aprendidas desse mesmo objeto pelo seus consumidor. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | --[[Usuário:kakadesign|kakadesign]] 21:24, 23 Junho 2007 (BRT) | ||
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+ | http://stoa.usp.br/pedro/files/-1/712/hhh4.jpg | ||
+ | |||
+ | A língua que é tida como vermelha ao lado de um tecido teoricamente vermelho e o ovo em cima de um papel sulfite nos demonstram o quanto somos enganados pelo nosso cérebro mal-calibrado para reconhecer as cores que estamos olhando mas não as vendo. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | ==Feijão branco?== | ||
+ | Mais uma demonstração com papel sulfite. Dessa vez, o feijão-branco contrasta com o branco do papel. Dessa forma, o feijão parece muito amarelado. Mas o feijão branco recebeu esse nome a ser comparado com outros tipos de feijão, como o feijão preto ou carioca, que são bem mais escuros, e não com uma folha de sulfite. | ||
+ | Desse modo, sempre é bom ter cautela ao afirmar a cor de um objeto. Ela normalmente dependerá do referencial do observador. | ||
+ | |||
+ | [[Imagem:Feijão1.jpg]] | ||
+ | [[Imagem:Feijão2.jpg]] | ||
+ | [[Imagem:Feijão3.jpg]] | ||
+ | |||
+ | --[[Usuário:caroltuska|caroltuska]] 01:11, 26 Junho 2007 | ||
+ | |||
+ | == Verde-limão?! == | ||
+ | Dentre as diversas variações da fruta, com certeza a mais 'original' embora muitas vezes pouco conhecida é esta abaixo: <br> | ||
+ | http://stoa.usp.br/zapico/files/218/731/limao.jpg <br> | ||
+ | Daí surge a pergunta, verde-limão?! Pois então, a não ser que seu monitor esteja com um RGB Balance bastante errado, nem de longe este limão é verde. A cor da fruta é na verdade amarelo, portanto, teoricamente, quebrem-se os paradigmas e utilizemos apenas o 'amarelo-limão'. Certo?! <br> | ||
+ | Mais ou menos. O que ocorre na prática é uma mistura da cor 'apreendida' com a cor reconhecida por nós como real.<br> | ||
+ | No cartaz abaixo temos um exemplo de utilização do Amarelo como cor natural do limão. <br> | ||
+ | http://stoa.usp.br/zapico/files/218/732/cura_pelo_limao_icone.jpg <br> | ||
+ | Já na imagem seguinte, o produto chama-se Lime Razr V3 e tem como cor predominante um 'conhecido' verde-limão. <br> | ||
+ | http://stoa.usp.br/zapico/files/218/733/Razr.jpg <br> | ||
+ | <br> | ||
+ | Pois é, na dúvida, relaxe, utilize os dois de acordo com sua necessidade.<br> | ||
+ | <br> | ||
+ | --[[Usuário:zapico|zapico]] 10:12, 25 Junho 2007 (BRT) | ||
+ | |||
+ | |||
+ | ===mais uma de ovo=== | ||
+ | |||
+ | Segue aqui mais uma imagem de ovo sobre fundo branco em que a foto é constituída por vários tons, que separadamente poderiam ser considerados brancos. Como estão juntos, é possível visualizar um contraste entre eles e diferenciá-los. | ||
+ | |||
+ | [[Imagem:Ovo_quebrado.jpg|ovo]] | ||
+ | |||
+ | ===Quantas cores?=== | ||
+ | |||
+ | Agora mais um daqueles tipicos exemplos de ilusão de ótica. | ||
+ | <br>Quantas cores você vê na imagem abaixo? | ||
+ | |||
+ | [[Imagem:Ilusao12.gif|Quantas cores?]] | ||
+ | |||
+ | --[[Usuário:Acszan|Acszan]] 11:19, 1 Julho 2007 (BRT) | ||
+ | |||
+ | == Quantas cores... == | ||
+ | |||
+ | O que as pessoas têm a dizer de si mesmas? Somos de cores diferentes ou tonalidades diferentes? | ||
+ | |||
+ | [[Imagem:Amarelo.jpg]] | ||
+ | [[Imagem:Negro.jpg]] | ||
+ | [[Imagem:Branco.jpg]] | ||
+ | [[Imagem:Vermelho.jpg]] | ||
+ | --[[Usuário:Roberto|Roberto]] 21:34, 1 Julho 2007 (BRT) |
Edição atual tal como às 23h41min de 1 de julho de 2007
Cor aprendida vs. cor apreendida.
Existe uma diferença muito grande entre as cores que vemos e aquela que acreditamos ver. A galeria a seguir mostra vários exemplos disso:
Quem disse que a água e o céu são azuis???
É interessante notar o quanto temos a opinião formada sobre a cor da água de do céu. Sempre nos disseram que é azul, mas será realmente azul??? E se for, qual tonalidade??? A cor é sempre a mesma ou varia de acordo com 'n' fatores, como luminosidade, por exemplo???
Essa cor varia graças a uma infinidade de elementos, das mais diversas naturezas. Até mesmo seu grau de astigmatismo afeta como você verá a cor (experiência própria)!
Que tal uma visão física sobre o assunto??? Física for Dummies!
Vale a pena refletir...
--Kirsneris 10:01, 20 Junho 2007 (BRT)
As fotografias de céu exemplificam a distorção da nossa percepção em relação às cores observadas na natureza. A definição do céu como azul, e dele ser sempre assim retratado em desenhos, filmes e mesmo na fotografia, se mostra relativa.
O céu pode adquirir tonalidades azuis, mas isso depende do ângulo de incidência dos raios solares na atmosfera, das condições climáticas e mesmo do local onde estamos. Mas a idéias de azul é tão enraizada em nossas mentes que sempre o imaginamos ou o retratamos desta cor.
No caso específico da fotografia, o fator cor também varia de acordo com o contexto cultural do local. Por exemplo, os negativos e os banhos produzidos pela KODAK (empresa norte-americana) tendem a produzir tons reforçados para o azul e para o vermelho, produzindo um alto contraste. Essa idéia deriva do contraste comum na bandeira norte-americana. Já os negativos da FUJI (empresa japonesa) tendem a reforçar mais os verdes, pois na cultura oriental o verde da vegetação é de extrema importância e beleza.
--Emykitsune 01:54, 8 Maio 2007 (BRT)
Atenção para a pergunta mais difícil do ano: Qual é a cor da geladeira abaixo?
Vamos lá, não deveria ser difícil...Branco? Não. Ao visualizar uma imagem nós temos em nossa mente cores já definidas para alguns objetos e costumamos ver essas cores sem nem pensar se o que estamos vendo corresponde exatamente à realidade. É o caso da geladeira. Vamos observar as cores que encontramos na foto:
Agora tudo se torna bem mais fácil, certo? Isso porque pegamos apenas quatro cores. Existem muito mais cores numa foto, mas por enquanto, já sabemos que responder apenas "a geladeira é branca" está muito longe de ser verdade. É preciso olhar de verdade para as cores de um objeto, e retirar da cabeça as imagens pré formadas.
--Drisaniti 12:42, 1 Julho 2007 (BRT)
Neste exemplo, é significativa a diferença entre a cor aprendida e a cor apreendida.
A laranja, fruta apresentada nas duas imagens acima, é facilmente reconhecida pela cor que leva em seu próprio nome (cor aprendida). Entretanto, a fruta em questão aparece na imagem da esquerda com uma coloração evidentemente amarelada (cor apreendida), principalmente se comparada à imagem da direita.
--Alexnasmen 18:25, 8 Maio 2007 (BRT)
Uma outra forma de exemplificar esse assunto é utilizando objetos ainda mais presentes no cotidiano das pessoas.
Ao ser perguntada “de que cor é esta porta?”, com certeza a maioria das pessoas responderia com convicção: “marrom”.
No entanto, observando-se bem a sua coloração, é possível perceber que, na verdade, a porta possui várias cores. O marrom é, de fato, predominante. Mas aparece em diversos tons, que variam do mais claro ao mais escuro. Há também a presença da cor preta em algumas manchas menores e até de tons mais amarelados, em outras regiões da imagem.
Como a maior parte das portas é confeccionada a partir de troncos de árvores, tornou-se lugar comum dizer que sua cor é marrom, já que a madeira cortada costuma o ser. É o que se chama de cor aprendida.
Dessa forma, mesmo que a cor apreendida – aquela que de fato o objeto possui e é percebida por nós – seja outra, costuma-se construir uma imagem mental do objeto com base na cor aprendida.
No exemplo abaixo, um outro produto que, pelo efeito de cor aprendida, é sempre retratato como marrom, mesmo quando possui tonalidades diferentes ou outras cores na sua composição: o chocolate.
Neste caso, há uma diferença: o chocolate ao leite mostrado na figura é, de fato, marrom. E possui uma variação de tons muito menor, apresentando-se mais homogêneo e, portanto, podendo mais adequadamente ser chamado por esta cor.
--Bernardogil 17:33, 3 Junho 2007 (BRT)
Um exemplo clássico de cor que acreditamos ver em objetos é o famoso ovo "branco".
Eis aqui uma foto de um ovo comum colocado sobre um fundo realmente branco:
Pode-se ver nitidamente que a casca do ovo está longe de ser totalmente branca. Ela possui uma tonalidade levemente acinzentada, acentuada por sua textura porosa que causa a incidência de leve sombreamento por todo o corpo do ovo. A nuança diferente da cor do ovo para o branco puro mostra como um olhar superficial pode causar uma confusão na percepção da cor.
--fdcorte 01:24, 25 Junho 2007 (BRT) Felipe Della Corte
Na foto abaixo, os quadrados A e B são de cores diferentes, certo?
Clique aqui para ver a resposta
Na verdade, as cores próximas aos quadrados nos iludem, fazendo nosso cérebro interpretar a variação de tons como uma sombra real. No entanto, ambos são exatamente iguais. O ambiente é tão importante quanto o objeto para determinar sua cor, sua relevância e seu impacto.
--Danielsantos 02:27, 1 Julho 2007 (BRT)
Segue aqui o link para uma imagem/resposta deste exemplo de ilusão de ótica que para mim foi um tanto mais ilustrativo.
--Acszan 14:35, 1 Julho 2007 (BRT)
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[editar] Cor apreendida
Interação de Cores
A percepção das cores de um objeto pode ser influenciada por diversos fatores. Uma mesma cor aplicada em materiais diferentes, terá também uma percepção diferente.
Um exemplo clássico dessa situação é a cor branca, quando comparada entre um ovo, papel sulfite, fórmica branca e ou qualquer outro material. Mesmo entre duas superfícies foscas (o papel e o ovo), o branco ainda aparece diferente. Há, é claro, uma verdadeira diferença na tonalidade de cada branco, mas a maior diferença existente acontece em virtude do material. E isto é extremamente importante em Produção Gráfica, uma vez que nos atenta para a correta escolha do suporte - afim de prezar pela melhor reprodução das cores pretendidas.
Mas o exercício proposto nos atenta para o fato de que as cores também são alteradas de acordo com a interação entre elas.
Para os teóricos da BAUHAUS, a cor é um fenômeno interpretativo, ou seja, que depende da percepção humana. "O olho e a mente conseguem distinguir perceptvivelmente através de comparação e contraste. (...) A concepção de cor é a realidade psicofisiológica que se distingue da realidade fisicoquímica da cor" (Joahannes Itten, The Art of Color: Subjective Experience and Objective Rationale of Color, Nova York: Van Nostrand Reinhold, 1996, p. 19). Ou seja, o que Ittens diz aqui é que o nem sempre o branco é branco, e o preto é preto, e o azul é azul e assim por diante. As cores são um fenômeno de interação (vale a pena procurar mais sobre Josef Albers - outro da Bauhaus - e sua obra entitulada "Interactions of Color". O livro está está disponível na biblioteca da ECA).
Itten continua:
"No branco, o amarelo parece mais escuro, com um efeito de fino e delicado calor; no preto, adquire extremo brilho e uma qualidade de expressão fria, agressiva. O vermelho parece bem mais escuro no branco e seu brilho torna-se escasso; no preto o vermelho irradia um calor luminoso. No branco, o efeito do azul é de escuridão e profundidade. O quadrado branco que o circunda parece mais brilhante que no caso do amarelo. No preto, o azul toma um caráter brilhante, com profunda luminescência do matiz. No azul, o cinza parece vermelho-alaranjado, ao passo que no vermelho-alaranjado ele adquire um aspecto azulado"
(Johannes Itten, Design and form: the Basic Course at the Bauhaus, cit, p.19).
Enfim, as combinações de cores alteram muito sua percepção.
Trago aqui como contribuição para o exercício, a foto dessas beringelas:
Para o exercício, no entanto, selecionei esta foto de beringelas. Aqui podemos perceber, além das diferentes texturas existentes (o prato, o interior da beringela, as sementes e a casca), a interferência na percepção das cores devido ao contraste marcante da própria beringela. A casca escura e brilhante é o início de todo o processo de confusão de cor. Ela se passa por preto, azul petróleo e até roxo dependendo do contraste e iluminação. Aberta a beringela, ela sofre mais contraste e influencia a percepção do miolo da ‘leguminosa’ (?) e nos faz enxergar um espectro que parte do branco, passa pelo amarelo claro e chega no verde claro (verdadeiro?) das bordas. Beringelas são uma mistura fantástica de cores que não são cores. Depois de frita então, em certo ponto ela adquire uma tonalidade que passa do cinza para o roxo, marrom e esverdeado. Isso sem falar no óleo multicolorido que geralmente acompanha a iguaria.
por Renato Lacastagneratte (ppmat).
Duas cores se multiplicam quando seu suporte é modificado ou quando há uma diferenciação de contraste:
Qual é a cor da calça de Meg White (à esquerda)? Qual é a cor de seu pé direito? Qual a cor do bumbo sobre o qual ela apóia o pé? É possível dizer as únicas "cores" desta foto são preto, branco e vermelho? É possível dizer que sim, se considerarmos as cores "aprendidas", ou seja, existe um reflexo imediato para se responder as três primeiras perguntas dizendo "branco"; Entretanto, é impossível afirmar que a calça, o pé e o bumbo da baterista são da mesma cor, pois são perceptivelmente diferentes, têm cores "apreendidas" diferentes. O mesmo acontece com todos os objetos vermelhos da foto, pois estes são suportes diferentes, sob situações de iluminação diferentes e têm seu contraste definido por outros elementos. Esta observação é fundamental para a produção gráfica, afinal é imprescindível a noção de que a resposta para a pergunta "quantas cores existem nesta imagem?" é sempre "depende".
--arthurrb 16:33, 14 Junho 2007 (BRT)
Vejamos a sequência de 3 fotos do nosso amigo Young:
Essas fotos foram tiradas com pouquíssimo tempo de diferença, e sem nenhuma alteração na iluminação. O que mudou, foram apenas as características da máquina, como abertura do diafragma e tempo de exposição à luz. Os resultados, como se pode ver, são bem diferentes. E seguramente, senhuma dessas fotos consegue reproduzir fielmente a visão do fotógrafo.
Assim funciona a visão humana. A maneira como vemos as cores depende diretamente da quantidade de luz que chega aos nossos olhos e de tantos outros fatores. Porém, já é característica do ser humano estabelecer padrões, criar generalizações, para simplificar a maneira de ver o mundo e perceber as coisas.
As cores nada mais são do que isso. Agrupar tonalidades em grupos menores, uma vez que seria impossível criar nomes para todas as cores que enxergamos.
Aí entramos em tudo o que já foi dito nesta wiki antes: se não podemos afirmar a cor do céu, ou do mar, ou de nada neste mundo, como fazemos? Usamos nossas generalizações e, já que na maioria daz vezes é azul que vemos o céu, é assim que o vamos retratar na maioria das vezes, não importa se chove ou se faz sol.
--luanabaio 22:47, 01 Julho 2007 (BRT) Luana Baio
Para ilustrar o problema da cor aprendida, utilizarei o exemplo do fogo, que é sempre representado pela cor laranja, embora essa não seja fiel à realidade.--Juzinha 23:41, 1 Julho 2007 (BRT)
[editar] White balance
Além da anulação de tons por uma única cor que predomina, conforme foi mostrado nos exemplos anteriores, nosso cérebro foi condicionado e enxergar algumas coisas de forma totalmente diferente da realidade devido ao processo de aprendizado de cor ao qual somos submetidos desde criança. Para exemplificar esse processo, resolvi tirar duas fotos de um armário branco que tem na cozinha de casa, iluminada por uma lâmpada fluorescente, como se pode observar no reflexo no vidro.
Na foto 1 vemos o armário como a maioria das pessoas está condicionada a vê-lo: branco. Essa foto foi tirada com o white balance da câmera ajustado para esse tipo de luz.
Com o white balance desativado (foto 2) vemos que sob o efeito da luz fluorescente tudo fica com um tom esverdeado, principalmente aqueles objetos que acreditamos enxergar como de cor branca. Isso se dá porque a luz desse tipo de lâmpada, que a maioria das pessoas pensa que é branca é, na verdade, verde.
Uma coisa é interessante: se você der uma câmera digital com o white balance desativado para uma pessoa tirar uma foto desse mesmo armário, na hora dela checar como ficou a foto ela vai indagar “nossa, ficou meio esverdeado...” , vai olhar para o armário que está na frente dela, que está exatamente igual ao que saiu na foto, e vai enxergá-lo branco! Isso porque ele, por estar inserido em um ambiente sob efeito de uma luz fluorescente, tende a anular o efeito esverdeado que ela provoca.
Desde pequenos fomos condicionados a aceitar que luz é luz, e é branca. Nunca em nossa infância aprendemos que existem mais de um tipo de luz. Dai para frente é como se o nosso cérebro ativasse um “white balance” para corrigir, ou melhor, distorcer o que os nossos olhos estão vendo. Com um pouco de prática é possível enxergar as interferências verdes nos objetos iluminados por esse tipo de lâmpada.
Podemos então questionar: uma fotografia mostra mesmo o que estamos vendo ou aquilo que acreditamos ver? Deste modo, o white balance, que você sempre acreditou ser um recurso usado para corrigir a iluminação de uma foto, não passa de mais um responsável por sustentar nosso analfabetismo visual.
--Evandromalgueiro 15:26, 19 Junho 2007 (BRT)
[editar] Cor
O texto que redigi para meu trabalho explica bastante o que o Evandro falou acima.
A cor dos objetos não é uma característica própria deles. É uma sensação provocada por estímulos físicos que dão origem à percepção da cor. Temos um sistema sensorial que categoriza as cores, associando um nome a uma tonalidade, assim como a imagem que "aprendemos" ser correspondente àquele tom.
Ou seja, a percepção da cor depende muito da informação presente no cérebro do observador. Por exemplo, mesmo com uma iluminação diferente, veremos aquele sofá laranja pelo qual passamos todos os dias na recepção do escritório como laranja, ainda que o sol intenso do verão o torne mais amarelado ou que a lâmpada velha deixe-o num tom mais próximo do vermelho.
Possuímos uma espécie de "correção visual", que faz com que vejamos os objetos com as cores que lembramos que eles têm. Assim, a percepção de uma mudança como a do exemplo é lenta.
• Qual dessas cores é o laranja "verdadeiro"?
--Natysfr 14:12, 22 Junho 2007 (BRT)
Representatividade de uma cor
Algumas cores já possuem alguns substantivos e adjetivos intrinsecamente ligados a ela.
Quando nos perguntam qual é a cor do dinheiro, logo respondemos “Verde”. A cor também serve para definir os substantivos abstratos “saúde”, “sorte” e “natureza”. Para a palavra “natureza”, a cor está diretamente associada à tonalidade da maior parte das plantas e, dessa forma, não considera os demais elementos como os animais, a terra e os rios. “Saúde” e “sorte”, por serem elementos abstratos, tiveram a cor culturalmente aceita em diversas partes do mundo.
A moeda brasileira (o Real), por exemplo, apresenta um diversidade de cores em suas notas de papel. Apenas uma delas, a nota de 1 real, é formada por tons de verde. Durante a infância aprendemos que o dinheiro é verde, seja nos desenhos animados, nos trabalhos de escola, ou nas propagandas de banco da televisão. Dessa forma, destaca-se a importância que as cores têm nos meios de comunicação. Estas já transmitem culturalmente um sentimento ou lembrança específicos para um determinado público. Cabe ao anunciante conhecer bem as cores apreendidas de um objeto e, mais importante, conhecer as cores aprendidas desse mesmo objeto pelo seus consumidor.
--kakadesign 21:24, 23 Junho 2007 (BRT)
A língua que é tida como vermelha ao lado de um tecido teoricamente vermelho e o ovo em cima de um papel sulfite nos demonstram o quanto somos enganados pelo nosso cérebro mal-calibrado para reconhecer as cores que estamos olhando mas não as vendo.
[editar] Feijão branco?
Mais uma demonstração com papel sulfite. Dessa vez, o feijão-branco contrasta com o branco do papel. Dessa forma, o feijão parece muito amarelado. Mas o feijão branco recebeu esse nome a ser comparado com outros tipos de feijão, como o feijão preto ou carioca, que são bem mais escuros, e não com uma folha de sulfite. Desse modo, sempre é bom ter cautela ao afirmar a cor de um objeto. Ela normalmente dependerá do referencial do observador.
--caroltuska 01:11, 26 Junho 2007
[editar] Verde-limão?!
Dentre as diversas variações da fruta, com certeza a mais 'original' embora muitas vezes pouco conhecida é esta abaixo:
Daí surge a pergunta, verde-limão?! Pois então, a não ser que seu monitor esteja com um RGB Balance bastante errado, nem de longe este limão é verde. A cor da fruta é na verdade amarelo, portanto, teoricamente, quebrem-se os paradigmas e utilizemos apenas o 'amarelo-limão'. Certo?!
Mais ou menos. O que ocorre na prática é uma mistura da cor 'apreendida' com a cor reconhecida por nós como real.
No cartaz abaixo temos um exemplo de utilização do Amarelo como cor natural do limão.
Já na imagem seguinte, o produto chama-se Lime Razr V3 e tem como cor predominante um 'conhecido' verde-limão.
Pois é, na dúvida, relaxe, utilize os dois de acordo com sua necessidade.
--zapico 10:12, 25 Junho 2007 (BRT)
[editar] mais uma de ovo
Segue aqui mais uma imagem de ovo sobre fundo branco em que a foto é constituída por vários tons, que separadamente poderiam ser considerados brancos. Como estão juntos, é possível visualizar um contraste entre eles e diferenciá-los.
[editar] Quantas cores?
Agora mais um daqueles tipicos exemplos de ilusão de ótica.
Quantas cores você vê na imagem abaixo?
--Acszan 11:19, 1 Julho 2007 (BRT)
[editar] Quantas cores...
O que as pessoas têm a dizer de si mesmas? Somos de cores diferentes ou tonalidades diferentes?
--Roberto 21:34, 1 Julho 2007 (BRT)