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Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto






Monografia: relacionando 3 textos






Trabalho apresentado à Disciplina Representação descritiva I. Ministrada pela docente Cristina Dotta Ortega, no Período Noturno pelos discentes: Aline Priscila Daura nºUSP 5885935 e Gustavo Grandini Bastos nºUSP 5966998







Ribeirão Preto

2007

Monografia : relacionando os três textos propostos

Tentaremos comentar um pouco sobre os três textos que tratam sobre o tema representação descritiva sendo eles: Carta de Panizzi de Anthony Panizzi, O que é FRBR de Barbara Tillett e Nuevos horizontes en el análisis de los registros y la normativa bibliográfica de Ana Belén ; trazendo seus pontos de convergência e divergência inseridos na forma como eles tratam o tema Representação Descritiva. O primeiro texto a ser trabalhado por nós será a Carta de Panizzi, a qual foi redigida com o objetivo de sugerir mudanças para o aprimoramento e homogeneização das técnicas de catalogação existentes na época em que a carta foi escrita, meados do século XIX, para que dessa forma fosse mais fácil o acesso ao conteúdo desejado pelos usuários das bibliotecas O texto de Panizzi traz exemplos de fichas catalográficas encontradas em bibliotecas da época, para dessa forma indicar suas falhas e propor soluções para as mesmas, tanto quanto ao conteúdo delas como a forma física. Dentro disso um dos pontos a que ele sugere melhorias é quanto a fisicalidade das fichas, ele demonstra uma grande preocupação com a padronização das formas físicas das fichas, pois segundo ele não apenas os conteúdos das fichas precisam ser padronizados, mas o material a ser utilizado na construção das fichas, também, precisam seguir um padrão, para que assim seja possível um melhor manuseio das mesmas, como mostra a citação a seguir:

“É evidente que se estas “tiras de papel” ou “fichas” não forem uniformes tanto em tamanho quanto em espessura, seu arranjo causará dificuldades mecânicas que levam tempo para serem ultrapassadas; e aquelas que forem de um papel mais espesso irão rasgar e desgastar menos nas bordas do que as de papel mais fino. Conseqüentemente os títulos de um catálogo em “tiras de papel” não podem ser misturados com os de fichas, que são de papel mais duro, também não pode ser feita uma mudança para qualquer sistema, embora seja desejável seguir um plano diferente no início sem alterar-se o todo.”(Carpenter, 1985)

Essa preocupação com a fisicalidade das fichas bibliográficas já não é expressa no texto de Tillett, pois muito embora também haja nesse texto uma presença da preocupação em organizar as obras de forma a facilitar o acesso ao usuário, assim como propõe Panizzi em sua carta, o FRBR mostra que o elo entre a organização, a classificação e o usuário é mais complexa, pois lida com as relações existentes entre uma ficha e outra, quanto a seu autor, assunto, etc; ou seja, mostra que existem relações entre os chamados “grupos 1,2,3”, que serão definidos ao longo do texto, sendo assim esse texto mostra que sua preocupação já não está mais amarrada a parte física organizacional e sim a conteúdos organizacionais e relacionáveis entre si, pois muito embora as fichas continuem a existir, sua fisicalidade se dá no registro do sistema computadorizado que permite essas relações entre os chamados”grupos”. O texto traz um pouco da proposta exposta pelo modelo FRBR mostrando terminologia que oferece um vocabulário mais preciso e diferenciado das regras de catalogação existentes até então, propondo uma nomenclatura da palavra livro dependendo do uso a ser feito do mesmo, separando-a em itens: obra, manifestação ou edição. Essas são as entidades do “grupo 1” que tem sido utilizadas para atualizar o AACR2. O FRBR propõe ainda outros dois grupos: O “grupo2” e o“Grupo3”. No “grupo 2” as entidades são pessoas e organizações relacionadas com o “grupo1”. No “grupo 3” as entidades são os assuntos das obras que podem ser: conceitos, objetos, eventos, lugares e as entidades dos “grupos 1 e 2”. Sendo assim, esse texto propõe uma catalogação pautada em um modelo conceitual universal e mais integrada às diferenças do mundo eletrônico. Podemos então perceber que, o primeiro texto, assim como o segundo busca uma padronização das regras de catalogação existentes nas bibliotecas, mas o segundo, produzido 100 anos depois do primeiro já não se preocupa mais, como já foi dito anteriormente, com a parte física das fichas, no sentido de tamanho e espessura das tiras de papel, trazendo uma maior preocupação com a parte organizacional dessas fichas. O texto de Rios Hilário, em que apresenta-se o registro bibliográfico e trazendo um de seus conceitos, a história, o registro e a definição que se faz do mesmo. O texto é formado de características bem definidas a partir de conceitos técnicos sobre o registro bibliográfico, em que como mostra Magán (1995) a importância da normalização referente ao controle bibliográfico e a informação justifica os esforços realizados sobre o século XX com observações referentes a uma normalização que permite o intercâmbio e o controle bibliográfico internacional A importância do controle é apontada pela primeira vez pela IFLA, na Conferência de Paris de 61, sobre Princípios de Catalogação, onde se rompe com a forma tradicional nas bases e se passa para princípios mais científicos. Em 69 acontece em Copenhague e aqui se discutiu a possibilidade de estabelecer uma norma de descrição bibliográfica mundial, criou-se como conseqüência disso a ISBD que teve sua primeira edição publicada em 74 e em 77 se publica o mesmo como fruto da experiência com a norma reguladora da descrição de monografias e durante os anos tem passado por revisão, devido ao crescimento de registros em outros meios físicos e pela necessidade de adaptação a uma norma que se desenrola de forma paralela, sua última edição ocorreu em 2002. Com o ISBD, os países que não quiseram ficar isolados tiveram de adaptar seus códigos e regras aos códigos vigentes internacionalmente desde a Reunião de Paris, o primeiro foi o AACR, segunda edição de 78. O formato MARC, presente desde 66 é responsável pelo intercâmbio informacional, como dito por Muñoz em 1994 é um formato de intercambio por excelência para o mundo bibliotecário. Com finalidade de realizar intercâmbio de registros entre as agências nacionais de intercâmbio de registros entre as agências nacionais de catalogação surgiu o UNIMARC, como colocado por Rios Hilario em 2003 os órgãos bibliográficos nacionais eram os responsáveis da conversão dos registros bibliográficos, gravados segundo os formatos nacionais, o formato UNIMARC para sua transmissão a outras agencias nacionais e de tradução do formato nacional dos registros UNIMARC procedente de outros países. A relação existente entre o primeiro texto e o que acabamos de analisar é que os dois abordam a importância de estabelecer uma regra de catalogação, pois sem elas o resgate da informação fica prejudicado ou até mesmo perdido. Há nesse terceiro texto, assim como, no primeiro e no segundo a presença da preocupação com as normas de catalogação, mas a relação entre o texto da Barbara Tillett e o ultimo vai além, pois tem em comum, também, o fato de tratarem da utilização de máquinas que permitam a ligação entre pontos de acesso e agilizem o processo de catalogação, permitindo um trabalho de ordem homogeneizada facilitando o trabalho de recuperação das informações contidas em registros. É possível observar que os três textos possuem sua intersecção pautada na discussão sobre regras de acesso à informação. Eles tratam de temas voltados para a representação descritiva, definindo termos, explicando formas de organizações, debatendo melhores possibilidades de acesso e relacionando as informações contidas em diversos documentos, com a intenção de estabelecer uma padronização na organização de bibliografias e catálogos, para que, assim, seja possível uma melhor recuperação dos registros de documentos e conseqüentemente das informações e conteúdos contidos nos mesmos.

Referencias:

RÍOS HILARIO, Ana Belén. Nuevos horizontes en el análisis de los registros y la normativa bibliográfica. Gijón: Trea, 2003. 165 p. p. 23-85.

TILLETT, Bárbara. Requisitos funcionais para registros bibliográficos; o que é FRBR? Um modelo conceitual para o universo bibliográfico. ALVARENGA, Lídia (trad.); SOUZA, Renato Rocha (trad.). Washington, DC: Library of Congress, 2006.

CARPENTER, Michael (ed); SVENONIUS (ed), Elaine. Foundations of cataloging: a sourcebook. Littleton: Unlimited Libraries, 1985. (Tradução livre para fins didáticos de Paola De Marco Lopes dos Santos)

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