Usuário:Donaldwc
Estamos terminando Licenciatura em Física na Faculdade de Física embutido na grande comunidade que é a Universidade de São Paulo. Em pouco tempo, vamos precisar encarar o desafio de achar e exercitar a função de professor. Quase cem anos atrás um jovem alemão que morava na Suiça estava na mesma situação, e olhando as circumstâncias dele, ele estava até pior do que a gente.
Recém-casado, com uma filha doente e a mulher também desempregada, o jovem não achava nenhuma possibilidade de lecionar nas escolas tradicionais. Dava aula particular, dava aula de graça, dava sinais de instabilidade ou irresponsabilidade ao gastar o pouco dinheiro que tinha no bolso em cigarro, cerveja e salsicha. Gastava mais tempo falando com amigos (claro, sobre os principios da física e ciências, misturado com filosofia) e tocando violino do que buscando emprego. Amava a esposa de tal maneira que anos depois quando a situação financeira era bem diferente, ela e ele tinham saudades dos primeiros anos.
O tempo gastado com as conversas nos lares e bares não era inútil. Pode dizer que o grupo de amigos, mesmo que tinha interesses similares, era eclético. Claro, a história e a fama de Albert Einstein não se repete e muito pouco dos colegas que se formaram na ETH de Zurique alcançaram nem fama, nem história. Licenciatura em Física se tornou a fundação e alicerce de tudo que o Einstein conseguiu na vida profissional. No início, era mais do que difícil. Não na parte de ondas electromagnéticas movimentando no tempo, mais grana para pagar o aluguel e cuidar da mulher.
Prémios Nobeis e fama em Física talvez não nos esperam, mas creio que a felicidade dos primeiros anos que o Einstein e a Mileva viveram, pode ser nosso motivo para hoje e amanhã.