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De Stoa
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Flâneur

Janela de Apartamento (Composição: Renato Rocha) MPB-4

Homem entrando calorento afrouxando o colarinho A mulher vem lá de dentro: um abraço um beijinho. Janela de apartamento parece estória em quadrinhos Lá naquela um cachorrinho, acho que fica sozinho, a maior parte do tempo

Do lado mora um velhinho que nunca recebe gente Acho que vive somente pra cuidar dos passarinhos O jantar está saindo ali, naquele do centro Todos comendo assistindo a novela do momento

Em cima do cachorinho vagou um a pouco tempo Ali morava um brotinho que pra todos os vizinhos era um acontecimento Saudades daquele tempo, aluga-se apartamento, oh

O homem do colarinho foi na janela um momento A mulher foi lá pra dentro, o casal tem um filhinho E o velhote sonolento, que dorme com os passarinhos, fecha a cortina um pouquinho, tira a gaiola do vento, apaga a luz do aposento. Janela de apartamento parece estória em quadrinhos.




Música Urbana 2 Composição: Renato Russo

Em cima dos telhados as antenas de TV tocam música urbana. Nas ruas os mendigos com esparadrapos podres cantam música urbana. Motocicletas querendo atenção às três da manhã, é só música urbana.

Os PM's armados e as tropas de choque vomitam música urbana. E nas escolas as crianças aprendem a repertir a música urbana. Nos bares os viciados sempre tentam conseguir a música urbana.

O vento forte, seco e sujo em cantos de concreto parece música urbana. E a matilha de crianças sujas no meio da rua, música urbana. E nos pontos de ônibus estão todos ali, música urbana.

Os uniformes, os cartazes, cinemas e os lares, favelas, coberturas, quase todos os lugares. E mais uma criança nasceu. Não há mais mentiras nem verdades, aqui só há música urbana. Yeah, Música urbana. Oh Ohoo, Música urbana. Yeeeeahhh, Música urbana. Música urbana, Ahhh. Yeah.



O endereço dos Bailes Composição: Mc Júnior e Leonardo

No Rio tem mulata e futebol, Cerveja, chopp gelado, muita praia e muito sol, é... Tem muito samba, Fla-Flu no Maracanã, Mas também tem muito funk rolando até de manhã Vamos juntar o mulão e botar o pé no baile Dj

Ê ê ê ah! Peço paz para agitar, Eu agora vou falar o que você quer escutar Ê ê ê ê! Se liga que eu quero ver O endereço dos bailes eu vou falar pra você

É que de sexta a domingo na Rocinha o morro enche de gatinha Que vem pro baile curtir Ouvindo charme, rap, melody ou montagem, É funk em cima, é funk embaixo, Que eu não sei pra onde ir

O Vidigal também não fica de fora Fim de semana rola um baile shock legal A sexta-feira lá no Galo é consagrada A galera animada faz do baile um festival

Tem outro baile que a galera toda treme É lá no baile do Leme lá no Morro do Chapéu Tem na Tijuca um baile que é sem bagunça A galera fica maluca lá no Morro do Borel

Ê ê ê ah! Peço paz para agitar, Eu agora vou falar o que você quer escutar Ê ê ê ê! Se liga que eu quero ver O endereço dos bailes eu vou falar pra você

Vem Clube Íris, vem Trindade, Pavunense Vasquinho de Morro Agudo e o baile Holly Dance Pan de Pillar eu sei que a galera gosta Signos, Nova Iguaçu, Apollo, Coelho da Rocha, é...

Vem Mesquitão, Pavuna, Vila Rosário Vem o Cassino Bangu e União de Vigário Balanço de Lucas, Creib de Padre Miguel Santa Cruz, Social Clube, vamos zoar pra dedéu

Volta Redonda, Macaé, Nova Campina Que também tem muita mina que abala os corações Mas me desculpa onde tem muita gatinha É na favela da Rocinha lá na Clube do Emoções

Vem Coleginho e a quadra da Mangueira Chama essa gente maneira Para o baile do Mauá O Country Clube fica lá praça seca Por favor, nunca se esqueça, Fica em Jacarepaguá

Ê ê ê ah! Peço paz para agitar, Eu agora vou falar o que você quer escutar Ê ê ê ê! Se liga que eu quero ver O endereço dos bailes eu vou falar pra você

Tem muitos clubes e favelas que falei Muitas vezes eu curti, me diverti e cantei, Mas isso é pouco vamos juntos fazer paz Se não fosse a violência o baile funk era demais.

Eu, Mc Junior cantei pra te convidar, Pros bailes funks do rio, você não pode faltar, E pra você que ainda não está ligado Agora o Mc Leonardo um conselho vai te dar

Pode chegar junto com a sua galera E no baile zuar à vera, pode vir no sapatinho Dançar, dançar com a dança da cabeça, Com a dança da bundinha ou puxando seu trenzinho

Ê ê ê ah! Peço paz para agitar, Eu agora vou falar o que você quer escutar Ê ê ê ê! Se liga que eu quero ver O endereço dos bailes eu vou falar pra você

Ê ê ê ah! Peço paz para agitar, Eu agora vou falar o que você quer escutar Ê ê ê ê! Se liga que eu quero ver Mc Junior e Leonardo voltarão, tu podes crer.



De Frente Pro Crime Composição: João Bosco e Aldir Blanc


Tá lá o corpo estendido no chão Em vez de rosto uma foto de um goal Em vez de reza uma praga de alguém E um silêncio servindo de amém

O bar mais perto depressa lotou Malandro junto com trabalhador Um homem subiu na mesa do bar E fez discurso pra vereador

Veio o camelô vender Anel, cordão, perfume barato E a baiana pra fazer pastel E um bom churrasco de gato

Quatro horas da manhã Baixou o santo na porta bandeira E a moçada resolveu Parar, e então

Tá lá o corpo estendido no chão Em vez de rosto uma foto de um gol Em vez de reza uma praga de alguém E um silêncio servindo de amém

Sem pressa foi cada um pro seu lado Pensando numa mulher ou no time Olhei o corpo no chão e fechei minha janela de frente pro crime

E veio o camelô vender Anel, cordão, perfume barato E a baiana pra fazer pastel E um bom churrasco de gato

Quatro horas da manhã Baixou o santo na porta bandeira E a moçada resolveu Parar, então Tá lá o corpo estendido no chão.

http://joao-bosco.letras.terra.com.br/letras/46513/


Tradição (vai no Bexiga pra ver)Composição: Geraldo Filme

Quem nunca viu o samba amanhecer vai no Bexiga pra ver, vai no Bexiga praver

O samba não levanta mais poeira Asfalto hoje cobriu o nosso chão Lembrança eu tenho da Saracura Saudade tenho do nosso cordão

Bexiga hoje é só arranha-céu e não se vê mais a luz da Lua mas o Vai-Vai está firme no pedaço é tradição e o samba continua. http://geraldo-filme.letras.terra.com.br/letras/763068/



Ladeira da Memória Composição: Zécarlos Ribeiro - Rumo

Olha as pessoas descendo, descendo, descendo Descendo a Ladeira da Memória Até o Vale do Anhangabaú Quanta gente! Vagando pelas ruas sem profissão Namorando as vitrines da cidade Namorando, andando, andando, namorando O céu ficou cinza e de repente trovejou E a chuva vem caindo, caindo, caindo Prendendo as pessoas nas portas, nos bares Na beirada das calçadas Quanta gente! Com ar aborrecido olhando pro chão Pro reflexo dos edifícios e dos carros Nas poças d'água E pros pingos, pingando, pingando, pingando Olha as pessoas felizes, felizes, felizes Felizes por que a chuva que caía agora pouco Essa chuva que caia agora pouco já passou http://rumo.letras.terra.com.br/letras/266252/


DívidasComposição: Paulinho da Viola e Elton Medeiros

Descendo ladeira abaixo Uma grande correria Só pra ver se não perdia A primeira condução Esqueceu de resgatar Uma grana que devia A um tal de Oliveira, marido da Conceição Que pela mulher pressionado Foi receber o dinheiro Só encontrando a inocência Deu início a discussão Disse tudo que devia Sem medir as consequências Num bate boca danado Diante do barracão

Quando ele voltou depois das seis, se aborreceu Sabendo do "aperto" que a mulher atravessou E muito magoado, saiu sem dizer nada Achando que Oliveira, esquecera da amizade E a tudo a bem dizer, por uma nota de dez Que o outro bem podia dispensar Mas era fim de mês, e na quitando do Garcês O Oliveira, precisava se explicar E foi assim, que a demanda começou Não aceitaram, argumentos de ninguém Naquela noite, todo morro lamentou Eu era menino, mas me lembro muito bem. http://paulinho-da-viola.letras.terra.com.br/letras/259863/



Conversa de BotequimComposição: Noel Rosa

Seu garçom Faça o favor de me trazer depressa Uma boa média que não seja requentada Um pão bem quente com manteiga à beça Um guardanapo Um copo d'água bem gelado Feche a porta da direita com muito cuidado Pois não estou disposto a ficar exposto ao Sol Vá perguntar ao seu freguês do lado Qual foi o resultado do futebol

Se você ficar limpando a mesa Não me levanto nem pago a despesa Vá pedir ao seu patrão Uma caneta, um tinteiro, um envelope e um cartão Não se esqueça de me dar palito E um cigarro pra espantar mosquito Vá dizer ao charuteiro Que me empreste uma revista, um cinzeiro e um isqueiro Telefone ao menos uma vez Para 344333 E ordene ao Seu Osório Que me mande um guarda-chuva aqui pro nosso escritório Seu garçom me empreste algum dinheiro Que eu deixei o meu com o bicheiro Vá dizer ao seu gerente Que pendure essa despesa no cabide ali em frente

Seu garçom Faça o favor de me trazer depressa Uma boa média que não seja requentada Um pão bem quente com manteiga à beça Um guardanapo Um copo d'água bem gelado Feche a porta da direita com muito cuidado Pois não estou disposto a ficar exposto ao Sol Vá perguntar ao seu freguês do lado Qual foi o resultado do futebol http://noel-rosa.letras.terra.com.br/letras/924067/



O Trem Composição: Rzo - Rap da Zona Oeste)


Realidade é muito triste Mas é no subúrbio sujismundo O submundo que persiste o crime Pegar o trem é arriscado Trabalhador não tem escolha Então enfrenta aquele trem lotado Não se sabe quem é quem, é assim Pode ser ladrão, ou não, Tudo bem se for pra mim Se for polícia fique esperto Zé Pois a lei da cobertura pra ele Te socar se quiser O cheiro é mal de ponta a ponta Mas assim mesmo normalmente O que predomina é a maconha E aos milhares de todos os tipos De manhã, na neurose, como Pode ter um dia lindo Portas abertas mesmo correndo Lotado até o teto sempre está Meu irmão vai vendo Não dá pra agüentar, sim É o trem que é assim, já estive, eu sei, já estive Muita atenção, essa é a verdade Subúrbio pra morrer, vou dizer é mole Subúrbio pra morrer, vou dizer (é mole) E agora se liga, você pode crer (é pra gravar, tá ?) Todo cuidado não basta, porque (um toque) Subúrbio pra morrer, vou dizer (é mole) Confira de perto, é bom conhecer (é mole) E agora se liga, você pode crer (é pra gravar, tá ?) Todo cuidado não basta, porque (um toque) Subúrbio pra morrer, vou dizer ... Todos os dias mesma gente É sempre andando, viajando, Surfando, mais à mais não teme Vários malucos, movimento quente Vários moleques pra vender, Vem comprar, é aqui que vende Quem diz que é surfista, é Então fica de pé, boto mó fé, assim que é Se cair vai pro saco Me lembro de um irmão, troço chato Subia, descia por sobre o trem, sorria Vinha da Barra Funda há 2 anos todo dia Em cima do trem com os manos Surfistas, assim chamados são popularmente Se levantou e encostou naquele fio, Tomou um choque Mas tão forte que nem sentiu, foi as nuvens Tá com Deus, mano Biro sabe Subúrbio pra morrer, vou dizer é mole Refrão ... E eu peço a Oxalá e então, sempre vai nos guardar Dai-nos forças pra lutar, sei vai precisar No trem, meu bom, é assim, é o que é Então centenas vão sentados e Milhares vão em pé E em todas as estações, ali preste Atenção aos PF's O trem para o povo entra e sai Depois disso, o trem já se vai Mas o que é isto ? Esquisito E várias vezes assisti Trabalhador na porta tomando borrachadas Marmitas amassadas, fardas, isso é a lei ? Vejam vocês, são cães, só querem humilhar toda vez Aconteceu o ano passado em Perus Um maluco estava na paz, sem dever Caminhava na linha do trem sim, à uns 100 m Dessa estação, preste atenção, repressão Segundo testemunhas dali, ouvi Foi na cara dura assassinado, mas não foi divulgado E ninguém está, não está, ninguém viu As mortes na estrada de ferro Santos - Jundiaí E ninguém tá nem aí, Osasco - Itapevi, do Brás a Mogi ou Tamanduatei É o trem que é assim, já estive, eu sei, já estive Muita atenção, essa é a verdade Subúrbio pra morrer, vou dizer é mole Refrão...

http://rzo.letras.terra.com.br/


Estética da Recepção

João e Maria (Composição: Chico Buarque/ Sivuca)

Agora eu era o herói E o meu cavalo só falava inglês A noiva do cowboy era você além das outras três Eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões Guardava o meu bodoque e ensaiava o rock para as matinês Agora eu era o rei Era o bedel e era também juiz E pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz E você era a princesa que eu fiz coroar E era tão linda de se admirar Que andava nua pelo meu país Não, não fuja não Finja que agora eu era o seu brinquedo Eu era o seu pião, o seu bicho preferido Vem, me dê a mão, a gente agora já não tinha medo No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim Pra lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim Pois você sumiu no mundo sem me avisar E agora eu era um louco a perguntar O que é que a vida vai fazer de mim?




Habitus

Quem Te Viu, Quem Te Vê Composição: Chico Buarque

Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala Você era a favorita onde eu era mestre-sala Hoje a gente nem se fala mas a festa continua Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua

Hoje o samba saiu, lá lalaiá, procurando você Quem te viu, quem te vê Quem não a conhece não pode mais ver pra crer Quem jamais esquece não pode reconhecer

Quando o samba começava você era a mais brilhante E se a gente se cansava você só seguia a diante Hoje a gente anda distante do calor do seu gingado Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado

O meu samba assim marcava na cadência os seus passos O meu sonho se embalava no carinho dos seus braços Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão

Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia Quem brincava de princesa acostumou na fantasia

Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria Quero que você me assista na mais fina companhia Se você sentir saudade por favor não de na vista Bate palma com vontade, faz de conta que é turista http://chico-buarque.letras.terra.com.br/letras/45166/


Parabólica Zeca Pagodinho

Composição: Barbeirinho do Jacarezinho, Luiz Grande e Marcos Diniz

O meu barraco Hoje está valorizado Só por causa de uma antena que eu instalei no telhado Mas a parabólica Foi trazida por um temporal Eu achei no mato e botei no barraco na cara-de-pau (2x)

Hoje quem passa na pista e olha pra crista do morro vai vê meu barracão Com aquela antena Ficou a maior curtição Qualquer mulher, até jogada viúva, casada, e até mesmo as donzelas Querem entrar no barraco Somente pra ver a imagem da tela

O meu barraco Hoje está valorizado Só por causa de uma antena que eu instalei no telhado Mas a parabólica Foi trazida por um temporal Eu achei no mato e botei no barraco na cara-de-pau (2x)

Quando tem blitz no morro o primeiro barraco a ganhar a geral é o meu Por que está sempre lotado e todo mundo pensa que estou no apogeu Já ando meio bolado com tanta muvuca tirando o meu sono Vou botar um anúncio no classificado E vou devolver essa droga pro dono

O meu barraco Hoje está valorizado Só por causa de uma antena que eu instalei no telhado Mas a parabólica Foi trazida por um temporal Eu achei no mato e botei no barraco na cara-de-pau (2x)

Quando tem blitz no morro o primeiro barraco a ganhar a geral é o meu Por que está sempre lotado e todo mundo pensa que estou no apogeu Já ando meio bolado com tanta muvuca tirando o meu sono Vou botar um anúncio no classificado E vou devolver essa droga pro dono

O meu barraco Hoje está valorizado Só por causa de uma antena que eu instalei no telhado Mas a parabólica Foi trazida por um temporal Eu achei no mato e botei no barraco na cara-de-pau (2x) http://zeca-pagodinho.letras.terra.com.br/letras/158459/



Acertei No MilharComposição: Wílson Batista e Geraldo Pereira

- Etelvina, minha filha! - Que há, Jorginho? - Acertei no milhar Ganhei 500 contos Não vou mais trabalhar E me dê toda a roupa velha aos pobres E a mobília podemos quebrar Isto é pra já Passe pra cá

Etelvina Vai ter outra lua-de-mel Você vai ser madame Vai morar num grande hotel Eu vou comprar um nome não sei onde De marquês, Dom Jorge Veiga, de Visconde Um professor de francês, mon amour Eu vou trocar seu nome Pra madame Pompadour Até que enfim agora eu sou feliz Vou percorrer Europa toda até Paris

E nossos filhos, hein? - Oh, que inferno! Eu vou pô-los num colégio interno Telefone pro Mané do armazém Porque não quero ficar Devendo nada a ninguém E vou comprar um avião azul Pra percorrer a América do Sul

Aí de repente, mas de repente Etelvina me chamou Está na hora do batente Etelvina me acordou Foi um sonho, minha gente http://geraldo-pereira.letras.terra.com.br/letras/415454/



A Sociedade do Espetáculo

A Televisão Chico Buarque

O homem da rua Fica só por teimosia Não encontra companhia Mas pra casa não vai não Em casa a roda Já mudou, que a moda muda A roda é triste, a roda é muda Em volta lá da televisão No céu a lua Surge grande e muito prosa Dá uma volta graciosa Pra chamar as atenções O homem da rua Que da lua está distante Por ser nego bem falante Fala só com seus botões

O homem da rua Com seu tamborim calado Já pode esperar sentado Sua escola não vem não A sua gente Está aprendendo humildemente Um batuque diferente Que vem lá da televisão No céu a lua Que não estava no programa Cheia e nua, chega e chama Pra mostrar evoluções O homem da rua Não percebe o seu chamego E por falta doutro nego Samba só com seus botões

Os namorados Já dispensam seu namoro Quem quer riso, quem quer choro Não faz mais esforço não E a própria vida Ainda vai sentar sentida Vendo a vida mais vivida Que vem lá da televisão O homem da rua Por ser nego conformado Deixa a lua ali de lado E vai ligar os seus botões No céu a lua Encabulada e já minguando Numa nuvem se ocultando Vai de volta pros sertões http://chico-buarque.letras.terra.com.br/letras/85828/



Dona Santina e Seu Antenor Composição: Paulinho da Viola

Dona Santina deu Anteontem uma feijoada e me convidou Em homenagem À volta do seu Antenor Que aos vinte anos de casado escapuliu Quando viu os olhos da Sandrinha, se amarrou Ela nos seus 22 Ele com 53 Imaginem só, vocês A notícia o que causou no local Hoje, ele volta arrependido Depois de ouvir na Santina Um discurso especial Foi até entrevistado Numa programa de televisão Quando disse ser o único Culpado da situação Seu Antenor chorou Dona Santina riu Todo mundo se abraçou O auditório aplaudiu O final você não sabe A surpresa que causou O programa no Ibope Vinte pontos levantou http://paulinho-da-viola.letras.terra.com.br/letras/278699/


Dodó e Zezé (Tom Zé e Odair Cabeça de Poeta)

- Por que é que a gente tem que ser marginal ou cidadão? diga, Zezé. - É pra ter a ilusão de que pode pode escolher, viu, Dodó?

- Mas por que é que a gente tem de viver com esse medo danado de tudo na vida? diga, Zezé. - É pra aprender que o medo é o nosso maior conselheiro, viu, Dodó?

- Sorrisos, creme dental e tudo, mas por que é que a felicidade anda me bombardeando? diga, Zezé. - É pra saber que ninguém mais tem o direito de ser infeliz, viu, Dodó?

- Mas por que é que um Zé qualquer de vez em quando tem que dar sete sopapos na mulher? diga, Zezé. - É pra no outro dia de manhã cedinho vender muito jornal, viu, Dodó?

- Mas por que é, por que é, por que é, e por que é? diga, Zezé. - É porque porque, porque purque purque purque purque, viu, Dodó? http://www.mpbnet.com.br/musicos/tom.ze/letras/dodo_e_zeze.htm


Violentidão Composição: Gilberto Gil

A do ladrão é a violência bruta Não é a mesma da televisão Televisão é violenta Lenta, lenta Violentidão

Para o habitante do morro Para o operário Para o pequeno-burguês Violência é só a violação das leis A coisificação das consciências Que os mass-media fazem Todo o tempo Toda a impaciência Viola também Mas tão lentamente E com tanta ciência Quem nem parece ser tão violenta A violência que sofre o freguês



Lisbela Composição: Caetano Veloso e José Almino

Eu quero a cena de um artista de cinema Eu quero a cena onde eu possa brilhar Um brilho intenso, um desejo, eu quero um beijo Um beijo imenso, onde eu possa me afogar Eu quero ser o matador das cinco estrelas Eu quero ser o Bruce Lee do Maranhão A Patativa do Norte, eu quero a sorte Eu quero a sorte de um chofer de caminhão Pra me danar por essa estrada, mundo afora, ir embora Sem sair do meu lugar Pra me danar, por essa estrada, mundo afora, ir embora Sem sair do meu lugar Ser o primeiro, ser o rei, eu quero um sonho Moça donzela, mulher, dama, ilusão Na minha vida tudo vira brincadeira A matinê verdadeira, domingo e televisão Eu quero um beijo de cinema americano Fechar os olhos fugir do perigo Matar bandido, prender ladrão A minha vida vai virar novela Eu quero amor, eu quero amar Eu quero o amor de Lisbela Eu quero o mar e o sertão Eu quero amor, eu quero amar Eu quero o amor de Lisbela Eu quero o mar e o sertão


The revolution will no be televised (Gil Scott Heron)

The revolution will no be televised You will not be able to stay home, brother. You will not be able to plug in, turn on and cop out. You will not be able to lose yourself on skag and skip, Skip out for beer during commercials, Because the revolution will not be televised.

The revolution will not be televised. The revolution will not be brought to you by Xerox In 4 parts without commercial interruptions. The revolution will not show you pictures of Nixon blowing a bugle and leading a charge by John Mitchell, General Abrams and Spiro Agnew to eat hog maws confiscated from a Harlem sanctuary.

The revolution will not be televised. The revolution will not be brought to you by the Schaefer Award Theatre and will not star Natalie Woods and Steve McQueen or Bullwinkle and Julia. The revolution will not give your mouth sex appeal. The revolution will not get rid of the nubs. The revolution will not make you look five pounds thinner, because the revolution will not be televised, Brother.

There will be no pictures of you and Willie May pushing that shopping cart down the block on the dead run, or trying to slide that color television into a stolen ambulance. NBC will not be able predict the winner at 8:32 or report from 29 districts. The revolution will not be televised.

There will be no pictures of pigs shooting down brothers in the instant replay. There will be no pictures of pigs shooting down brothers in the instant replay. There will be no pictures of Whitney Young being run out of Harlem on a rail with a brand new process. There will be no slow motion or still life of Roy Wilkens strolling through Watts in a Red, Black and Green liberation jumpsuit that he had been saving For just the proper occasion.

Green Acres, The Beverly Hillbillies, and Hooterville Junction will no longer be so damned relevant, and women will not care if Dick finally gets down with Jane on Search for Tomorrow because Black people will be in the street looking for a brighter day. The revolution will not be televised.

There will be no highlights on the eleven o'clock news and no pictures of hairy armed women liberationists and Jackie Onassis blowing her nose. The theme song will not be written by Jim Webb, Francis Scott Key, nor sung by Glen Campbell, Tom Jones, Johnny Cash, Englebert Humperdink, or the Rare Earth. The revolution will not be televised.

The revolution will not be right back after a message about a white tornado, white lightning, or white people. You will not have to worry about a dove in your bedroom, a tiger in your tank, or the giant in your toilet bowl. The revolution will not go better with Coke. The revolution will not fight the germs that may cause bad breath. The revolution will put you in the driver's seat.

The revolution will not be televised, will not be televised, will not be televised, will not be televised. The revolution will be no re-run brothers; The revolution will be live.

http://www.globaldarkness.com/articles/gill_scott_heron_revolution_willnotbe_televised.htm


(I Can't Get No) Satisfaction (Rolling Stones)


I can't get no satisfaction I can't get no satisfaction I try and I try and I try and I try I can't get no, I can't get no

When I'm drivin' in my car And that man comes on the radio He's tellin' me more and more About some useless information Supposed to fire my imagination I can't get no, oh no no no Hey hey hey, that's what I say

I can't get no satisfaction I can't get no satisfaction 'Cause I try and I try and I try and I try I can't get no, I can't get no

When I'm watchin' my TV And that man comes on to tell me How white my shirts can be But he can't be a man 'cause he doesn't smoke The same cigarrettes as me I can't get no, oh no no no Hey hey hey, that's what I say

I can't get no satisfaction I can't get no girl reaction 'Cause I try and I try and I try and I try I can't get no, I can't get no

When I'm ridin' round the world And I'm doin' this and I'm signing that And I'm tryin' to make some girl Who tells me baby better come back later next week 'Cause you see I'm on losing streak I can't get no, oh no no no Hey hey hey, that's what I say

I can't get no, I can't get no I can't get no satisfaction No satisfaction, no satisfaction, no satisfaction

http://the-rolling-stones.letras.terra.com.br/letras/33914/

Jornal

Cosa Nostra Jorge Ben


Cosa nostra, cosa nostra, cosa nostra, mas se você quiser Dar um presente lindo para seu amigo, ou mesmo que seja Para seu inimigo, e que esteja no exterior Falando mal da gente, como por exemplo Dizendo que o Tarso de Castro, que não entende de jornal E que o Sergio Cabral é Vasco por fora, mas Flamengo por dentro Que o Luiz Carlos Maciel, está entre o Rip e a Tropicália Que o Ziraldo e um Zi-Mineiro, e so trabalha com barulho Que o Jaguar e manager e aproveitador do CID Que o Millor e o ex-marido daquela mulher Que o Tutu vai deixar de fazer o humor para fazer fortuna Que o Paulo Francis esta inserido no cotejo da consumação Do Wiskie da Agepê, Paulo Garcez Fique e complique na Cuca O Pedro Perret, que fala, fala mete o pau e não aparece Que o Cid morre de amor, pela vedete Odete Lara e não e correspondido, que perigo E o Henfil, teve um problema patológico, ele e o próprio fradinho baixinho E dizendo que eu so namoro empregadinhas, e que eu sou duro, e só ando de trem Mas o que vai, vai, o que vai, vem Mas o que vai, vai, o que vai, vem E cosa nostra E cosa nostra Você, e cosa nostra Sinceridade É cosa nostra Esse seu sorriso É cosa nostra Esse seu jeitinho lindo de andar Quando vai à praia É cosa nostra A sua simpatia É cosa nostra Esse sol de 40 graus É cosa nostra Farinaity É cosa nostra O supersônico É cosa nostra Mas o que vai, vai Mas o que vai, vem É cosa nostra O peixinho da lagoa É cosa nostra O sorriso da vovó É cosa nostra O sorriso dessa criança É cosa nostra O raciocínio É cosa nostra O pensamento É cosa nostra Esse swíngue É cosa nostra Essa escola-de-samba que vem, vai passando É cosa nostra República livre de Ipanema É cosa nostra Essa menina de tanga É cosa nostra Maracanã aos domingos com Flamengo É cosa nostra Esse céu azul É cosa nostra Essa vontade de viver É cosa nostra Esse Pa-tropi, esse Pa-tropi E cosa nostra http://jorge-ben-jor.letras.terra.com.br/letras/86399/

Luiz Carlos Maciel e o Pasquim



Noticia de Jornal Composição: Luis Reis / Haroldo Barbosa

Tentou contra a existência Num humilde barracão. Joana de tal, por causa de um tal João.

Depois de medicada, Retirou-se pro seu lar. Aí a notícia carece de exatidão, O lar não mais existe Ninguém volta ao que acabou Joana é mais uma mulata triste que errou.

Errou na dose Errou no amor Joana errou de joão Ninguém notou Ninguém morou na dor que era o seu mal A dor da gente não sai no jornal. http://chico-buarque.letras.terra.com.br/letras/292211/



Sociedade x Indivíduo

Chico Brito Composição: Wilson Batista - Afonso Teixeira


Lá vem o Chico Brito, Descendo o morro nas mãos do Peçanha, É mais um processo! É mais uma façanha! Chico Brito fez do baralho seu melhor esporte, É valente no morro, Dizem que fuma uma erva do norte. Quando menino teve na escola, Era aplicado, tinha religião, Quando jogava bola era escolhido para capitão, Mas, a vida tem os seus revezes, Diz sempre Chico defendendo teses: "Se o homem nasceu bom, e bom não se conservou, A culpa é da sociedade que o transformou." http://wilson-batista.letras.terra.com.br/letras/265219/




Banditismo Por Uma Questao De Classe Composição: Chico Science

Há um tempo atrás se falava de bandidos Há um tempo atrás se falava em solução Há um tempo atrás se falava e progresso Há um tempo atrás que eu via televisão

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha Não tinha medo da perna cabiluda Biu do olho verde fazia sexo, fazia Fazia sexo com seu alicate

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha Não tinha medo da perna cabiluda Biu do olho verde fazia sexo, fazia Fazia sexo com seu alicate

Oi sobe morro, ladeira, córrego, beco, favela A polícia atrás deles e eles no rabo dela Acontece hoje e acontecia no sertão Quando um bando de macaco perseguia Lampião E o que ele falava outros hoje ainda falam "Eu carrego comigo: coragem, dinheiro e bala" Em cada morro uma história diferente Que a polícia mata gente inocente

E quem era inocente hoje já virou bandido Pra poder comer um pedaço de pão todo fudido

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha Não tinha medo da perna cabiluda Biu do olho verde fazia sexo, fazia Fazia sexo com seu alicate

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha Não tinha medo da perna cabiluda Biu do olho verde fazia sexo, fazia Fazia sexo com seu alicate

Oi sobe morro, ladeira, córrego, beco, favela A polícia atrás deles e eles no rabo dela Acontece hoje e acontecia no sertão Quando um bando de macaco perseguia Lampião E o que ele falava outros hoje ainda falam "Eu carrego comigo: coragem, dinheiro e bala" Em cada morro uma história diferente Que a polícia mata gente inocente

E quem era inocente hoje já virou bandido Pra poder comer um pedaço de pão todo fudido

Banditismo por pura maldade Banditismo por necessidade Banditismo por pura maldade Banditismo por necessidade Banditismo por uma questão de classe! Banditismo por uma questão de classe! Banditismo por uma questão de classe! Banditismo por uma questão de classe! http://nacao-zumbi.letras.terra.com.br/letras/77650/

O Recife Assombrado


Interacionismo Simbólico

O Dia em que a Terra Parou

Composição: Raul Seixas e Claudio Roberto

Essa noite eu tive um sonho de sonhador Maluco que sou, eu sonhei Com o dia em que a Terra parou com o dia em que a Terra parou

Foi assim No dia em que todas as pessoas Do planeta inteiro Resolveram que ninguém ia sair de casa Como que se fosse combinado em todo o planeta Naquele dia, ninguém saiu saiu de casa, ninguém

O empregado não saiu pro seu trabalho Pois sabia que o patrão também não tava lá Dona de casa não saiu pra comprar pão Pois sabia que o padeiro também não tava lá E o guarda não saiu para prender Pois sabia que o ladrão, também não tava lá e o ladrão não saiu para roubar Pois sabia que não ia ter onde gastar

No dia em que a Terra parou (Êêê) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou

E nas Igrejas nem um sino a badalar Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá E os fiéis não saíram pra rezar Pois sabiam que o padre também não tava lá E o aluno não saiu para estudar Pois sabia o professor também não tava lá E o professor não saiu pra lecionar Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar

No dia em que a Terra parou (Ôôôô) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou (Uuu) No dia em que a Terra parou

O comandante não saiu para o quartel Pois sabia que o soldado também não tava lá E o soldado não saiu pra ir pra guerra Pois sabia que o inimigo também não tava lá E o paciente não saiu pra se tratar Pois sabia que o doutor também não tava lá E o doutor não saiu pra medicar Pois sabia que não tinha mais doença pra curar

No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah) No dia em que a Terra parou (Foi tudo) No dia em que a Terra parou (Ôôôô) No dia em que a Terra parou

Essa noite eu tive um sonho de sonhador Maluco que sou, acordei

No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou (Eu acordei) No dia em que a Terra parou (Acordei) No dia em que a Terra parou (Justamente) No dia em que a Terra parou (Eu não sonhei acordado) No dia em que a Terra parou (Êêêêêêêêê...) No dia em que a Terra parou (No dia em que a terra parou)



Torresmo À Milanesa Composição: Adoniran Barbosa e Carlinhos Vergueiro

O enxadão da obra bateu onze hora Vam s'embora, joão! Vam s'embora, joão! O enxadão da obra bateu onze hora Vam s'embora, joão! Vam s'embora, joão!

Que é que você trouxe na marmita, dito? Trouxe ovo frito, trouxe ovo frito E você beleza, o que é que você trouxe? Arroz com feijão e um torresmo à milanesa, Da minha Tereza!

Vamos almoçar Sentados na calçada Conversar sobre isso e aquilo Coisas que nóis não entende nada Depois, puxá uma páia Andar um pouco Pra "fazer o quilo"

É dureza joão! É dureza joão! É dureza joão! É dureza joão!

O mestre falou Que hoje não tem vale não Ele se esqueceu Que lá em casa não sou só eu


Dívidas (Composição: Paulinho da Viola e Elton Medeiros)

Descendo ladeira abaixo Uma grande correria Só pra ver se não perdia A primeira condução Esqueceu de resgatar Uma grana que devia A um tal de Oliveira, marido da Conceição Que pela mulher pressionado Foi receber o dinheiro Só encontrando a inocência Deu início a discussão Disse tudo que devia Sem medir as consequências Num bate boca danado Diante do barracão

Quando ele voltou depois das seis, se aborreceu Sabendo do "aperto" que a mulher atravessou E muito magoado, saiu sem dizer nada Achando que Oliveira, esquecera da amizade E a tudo a bem dizer, por uma nota de dez Que o outro bem podia dispensar Mas era fim de mês, e na quitando do Garcês O Oliveira, precisava se explicar E foi assim, que a demanda começou Não aceitaram, argumentos de ninguém Naquela noite, todo morro lamentou Eu era menino, mas me lembro muito bem.



O Pidido Composição: Elomar

Já qui tu vai lá prá fêra Traga di lá para mim Agua de fulô qui chêra Um nuvelo e um carrin Trais um pacote de misse Meu amigo ah se tu visse Aquele cego cantadô! Um dia ele me disse Jogano um mote de amô Qui eu havéra de vivê Pur esse mundo E morrê ainda em flô Passa naquela barraca Daquela mulé reizêra Onde almuçamo paca Panelada e frigidêra Inté você disse vã lõa Gabano a boia bôa Qui das casa da cidade Aquela era a primêra Trais pra mim vãs brividade Qui eu quero matá a sôdade Fais tempo qui fui na fêra Ai sôdade... Apois sim vê se num isquece Quinda nessa lua chêa Nós vai brincá na quermesse Lá no Riacho d'Arêa Na casa daquêle home Feitecêro e curadô Que o dia intêro é home Filho do Nosso Sinhô Mais dispois da mêa noite É lubisome cumedô Dos pagão qui as mãe isqueceu Do batismo salvadô E tem mais dois garrafão Cum dois canguin responsadô Apois sim vê se num isquece De trazê ruge e carmim Ah se o dinheiro desse! Eu quiria um trancilin E mais treis metro de chita Qui é preu fazê um vistido E ficá bem mais bunita Qui Madô de Juca Dido Qui Zefa de lô Joaquim Já qui tu vai lá prá fêra Meu amigo trais Essas coisinhas para mim... http://elomar.letras.terra.com.br/letras/376578/



O menino e os carneiros Composição:Geraldo Azevedo e Carlos Fernando

No tempo que eu era menino Brincava tangendo (chiqueirando) carneiros Fim de tarde na rede sonhava Belo dia seria um vaqueiro Montaria de pelos castanhos Enfeitados de prata os arreios Minha vida hoje é pé no mundo Sem temer a escuridão Jogo laço quebro tudo Meu amigo é meu irmão Sou a sede de boa palavra Sou a vida raios de sol Tenho tudo não tenho nada Tenho fé no coração Só que isso tudo Era no tempo que nós era menino http://www.mpbnet.com.br/musicos/geraldo.azevedo/letras/o_menino_e_os_carneiros.htm




O rancho da goiabada Composição: João Bosco e Aldir Blanc

Os bóias-frias quando tomam umas biritas Espantando a tristeza Sonham com bife-a-cavalo, batata-frita E a sobremesa É goiabada cascão com muito queijo Depois café, cigarro e um beijo De uma mulata chamada Leonor ou Dagmar

Amar O rádio de pilha, o fogão jacaré, a marmita, o domingo O bar Onde tantos iguais se reúnem e contando mentiras Pra poder suportar

Ai, são pais-de-santo, paus-de-araras são passistas São flagelados, são pingentes, balconistas Palhaços, marcianos, canibais, lírios, pirados Dançando dormindo de olhos abertos à sombra da alegoria Dos faraós embalsamados

http://www.mpbnet.com.br/musicos/joao.bosco/letras/o_rancho_da_goiabada.htm



Rap do Real Composição: Pedro Luiz

um real aí é um real um real aí é um real aí é um real um real

vendo pilha, bateria, fita-cassete, biscoito paçoca, doce-de-abobora doce-de-coco, rádio-relógio despertador do sono não vendo é sonho mas pode pedir se não tenho sei quem terá vendo pano pra cortina vendo verso, vendo rima carta pro rapaz e carta pra menina eu vendo provas de amores por minha poesia e fantasia QUANTO VAI PAGAR?

um real aí é um real um real aí é um real aí é um real um real

com quantos reais se faz uma realidade preciso muito sonho pra sobreviver numa cidade grande jogo de cintura entre estar esperto e ser honesto há um resto que não é pouca bobagem

um real aí é um real um real aí é um real aí é um real um real http://pedro-luis-e-a-parede-musicas.letras.terra.com.br/letras/355072/


Eduardo e Mônica (Composição: Renato Russo)

Quem um dia ira dizer Que existe razão Nas coisas feitas pelo coração? E quem ira dizer Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar: Ficou deitado e viu que horas eram Enquanto Mônica tomava um conhaque, Noutro canto da cidade, Como eles disseram.

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer. Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse: "- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir."

Festa estranha, com gente esquisita: "- Eu não estou legal. Não aguento mais birita." E a Mônica riu e quis saber um pouco mais Sobre o boyzinho que tentava impressionar

E o Eduardo, meio tonto, isso pensava em ir pra casa: "- É quase duas, eu vou me ferrar."

Eduardo e Mônica trocaram telefone Depois telefonaram e decidiram se encontrar. O Eduardo sugeriu uma lanchonete Mas a Mônica queria ver o filme do Godard.

Se encontraram então no parque da cidade A Mônica de moto e o Eduardo de camelo. O Eduardo achou estranho e melhor não comentar Mas a menina tinha tinta no cabelo.

Eduardo e Mônica eram nada parecidos Ela era de Leão e ele tinha dezesseis. Ela fazia Medicina e falava alemão E ele ainda nas aulinhas de inglês.

Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, De Van Gogh e dos Mutantes, De Caetano e de Rimbaud E o Eduardo gostava de novela E jogava futebol-de-botão com a seu avô.

Ela falava coisas sobre o Planalto Central, Também magia e meditação. E o Eduardo ainda estava No esquema "escola - cinema - clube - televisão."

E, mesmo com tudo diferente, Veio mesmo, de repente, Uma vontade de se ver E os dois se encontravam todo dia E a vontade crescia, Como tinha de ser.

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, Teatro e artesanato e foram viajar. A Mônica explicava pro Eduardo Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar: Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer E decidiu trabalhar;

E ela se formou no mesmo mês Em que ele passou no vestibular. E os dois comemoraram juntos E também brigaram juntos, muitas vezes depois. E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa, Que nem feijão com arroz.

Construíram uma casa uns dois anos atrás Mais ou menos quando os gêmeos vieram Batalharam grana e seguraram legal A barra mais pesada que tiveram.

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília E a nossa amizade da saudade no verão. Só que nessas férias não vão viajar Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação.

E quem um dia ira dizer Que existe razão Nas coisas feitas pelo o coração? E quem ira dizer Que não existe razão? http://www.mpbnet.com.br/musicos/legiao.urbana/letras/eduardo_e_monica.htm


Não Tem TraduçãoComposição: Noel Rosa

O cinema falado é o grande culpado da transformação Dessa gente que sente que um barracão prende mais que o xadrez Lá no morro, seu eu fizer uma falseta A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês A gíria que o nosso morro criou Bem cedo a cidade aceitou e usou Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote Na gafieira dançar o Fox-Trote Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês Tudo aquilo que o malandro pronuncia Com voz macia é brasileiro, já passou de português Amor lá no morro é amor pra chuchu As rimas do samba não são I love you E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny Só pode ser conversa de telefone... http://noel-rosa-musicas.letras.terra.com.br/letras/184718/



Batuque de PiraporaComposição: Geraldo Filme

Eu era menino Mamãe disse: vamos embora Você vai ser batizado No samba de Pirapora Mamãe fez uma promessa Para me vestir de anjo Me vestiu de azul-celeste Na cabeça um arranjo Ouviu-se a voz do festeiro No meio da multidão Menino preto não sai Aqui nessa procissão Mamãe, mulher decidida Ao santo pediu pediu perdão Jogou minha asa fora Me levou pro barracão Lá no barraco Tudo era alegria Nego batia na zabumba E o boi gemia Iniciado o neguinho Num batuque de terreiro Samba de Piracicaba Tietê e campineiro Os bambas da Paulicéia Não consigo esquecer Fredericão na zabumba Fazia a terra tremer Cresci na roda de bamba No meio da alegria Eunice puxava o ponto Dona Olímpia respondia Sinhá caía na roda Gastando a sua sandália E a poeira levantava Com o vento das sete saias Lá no terreiro Tudo era alegria Nego batia na zabumba E o boi gemia Lá no terreiro Tudo era alegria Nego batia na zabumba E o boi gemia. http://geraldo-filme.letras.terra.com.br/letras/761011/


Feira de Mangaio Composição: Glorinha Gadelha / Sivuca

Fumo de rolo arreio e cangalha Eu tenho pra vender, quem quer comprar Bolo de milho broa e cocada Eu tenho pra vender, quem quer comprar Pé de moleque, alecrim, canela Moleque sai daqui me deixa trabalhar E Zé saiu correndo pra feira de pássaros E foi pássaro voando em todo lugar

Tinha uma vendinha no canto da rua Onde o mangaieiro ia se animar Tomar uma bicada com lambu assado E olhar pra Maria do Joá (2x)

Cabresto de cavalo e rabichola Eu tenho pra vender, quem quer comprar Farinha rapadura e graviola Eu tenho pra vender, quem quer comprar Pavio de cadeeiro panela de barro Menino vou me embora Tenho que voltar Xaxar o meu roçado Que nem boide carro Alpargata de arrasto não quer me levar

Porque tem um Sanfoneiro no canto da rua Fazendo floreio pra gente dançar Tem Zefa de purcina fazendo renda E o ronco do fole sem parar (2x)

Eiii forró da mulestia..

Fumo de rolo arreio e cangalha Eu tenho pra vender, quem quer comprar Bolo de milho broa e cocada Eu tenho pra vender, quem quer comprar Pé de moleque, alecrim, canela Moleque sai daqui me deixa trabalhar E Zé saiu correndo pra feira de pássaros E foi pássaro voando em todo lugar

Tinha uma vendinha no canto da rua Onde o mangaieiro ia se animar Tomar uma bicada com lambu assado E olhar pra Maria do Joá

Mais é que tem um Sanfoneiro no canto da rua Fazendo floreio pra gente dançar Tem Zefa de purcina fazendo renda E o ronco do fole sem parar

Eitaa Sanfoneiro da gota serena... http://clara-nunes.letras.terra.com.br/letras/209155/




Modernidade

Sinal Fechado (Composição: Paulinho da Viola)

"Olá, como vai? Eu vou indo e você, tudo bem? Tudo bem, eu vou indo, correndo Pegar meu lugar no futuro e você? Tudo bem, eu vou indo em busca De um sono tranqüilo, quem sabe... Quanto tempo... Pois é, quanto tempo... Me perdoe a pressa É a alma dos nossos negócios... Qual, não tem de quê? Eu também só ando a cem... Quando é que você telefona Precisamos nos ver por aí... Pra semana prometo, talvez Nos vejamos, quem sabe... Quanto tempo... Pois é, quanto tempo... Tanta coisa que eu tinha a dizer Mas me foge a lembrança... Por favor, telefone, eu preciso Beber alguma coisa rapidamente... Pra semana... O sinal... Eu procuro você Vai abrir, vai abrir... Por favor, não esqueça Não esqueço, não esqueço Prometo, não esqueço... Não esqueça, não esqueça Adeus... Adeus..."


Passeio (Composição: Belchior)

"Vamos andar pelas ruas de São Paulo, por entre os carros de São Paulo, meu amor, vamos andar e passear. Vamos sair pela rua da Consolação, dormir no parque, em plena quarta-feira, e sonhar com o domingo em nosso coração.

Meu amor, meu amor, meu amor: a eletricidade desta cidade me dá vontade de gritar que apaixonado eu sou.

Nesse cimento, meu pensamento e meu sentimento só têm o momento de fugir no disco voador. Meu amor, meu amor, meu amor!"


Sonora Garoa (Composição: Passoca)

"Sonoro sereno serena garoa pela madrugada não faço nada que me condene a sirene toca bem de manhãzinha quebrando o silêncio sonorizando a madrugada

Passa o automóvel na porta da fábrica o radinho grita com voz metálica uma canção

Sonora garoa sereno de prata sereno de lata reflete o sol bem no caminhão"


Carta ao Tom/Carta do Tom (Composição: Vinícius e Tom Jobim)

"Rua nascimento silva, cento e sete Você ensinando prá elizete as canções de canção do amor demais Lembra que tempo feliz, ai que saudade, ipanema era só felicidade Era como se o amor doesse em paz Nossa famosa garota nem sabia A que ponto a cidade turvaria este rio de amor que se perdeu Mesmo a tristeza da gente era mais bela e além disso se via da janela Um cantinho de céu e o redentor É, meu amigo, só resta uma certeza, é preciso acabar com essa tristeza É preciso inventar de novo o amor Rua nascimento silva, cento e sete Eu saio correndo do pivete tentando alcançar o elevador Minha janela não passa de um quadrado, a gente só vê Sérgio Dourado Onde antes se via o redentor É, meu amigo, só resta uma certeza, é preciso acabar com a natureza É melhor lotear o nosso amor"


Não Tem Tradução (Composição : Noel Rosa)

O cinema falado é o grande culpado da transformação Dessa gente que sente que um barracão prende mais que o xadrez Lá no morro, seu eu fizer uma falseta A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês A gíria que o nosso morro criou Bem cedo a cidade aceitou e usou Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote Na gafieira dançar o Fox-Trote Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês Tudo aquilo que o malandro pronuncia Com voz macia é brasileiro, já passou de português Amor lá no morro é amor pra chuchu As rimas do samba não são I love you E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny Só pode ser conversa de telefone..

Memória e Narração

Sr. Tempo Bom (Composição: Thaíde & DJ Hum)

"Que saudade do meu tempo de criança, quando eu ainda era pura esperança, eu via nossa mãe voltando pra dentro do nosso barraco, com uma roupa de santo debaixo do braço. Eu achava engraçado tudo aquilo, mas já respeitava o barulho do atabaque, e não sei se você sabe, a força poderosa que tem na mão de quem toca um toque caprichado, santo gosta. Então eu preparava pra seguir o meu caminho, protegido por meus ancestrais. Antigamente o samba-rock, blackpower, soul, assim como o hip-hop era o nosso som, a transa negra que rolava as bolachas, a curtição do pedaço era o La Croachia, eu era pequeno e já filmava o movimento ao meu redor, coreografias, sabia de cor, e fui crescendo rodeado pela cultura Afro Brasileira, também sei que já fiz muita besteira, mas nunca me desliguei, das minhas raízes, estou sempre junto dos blacks que ainda existem, me lembro muito bem do som e o passinho marcado eram mostrados por quem entende do assunto, e lá estavam Nino Brown e Nelson Triunfo, juntamente com a funkcia que maravilha.

Que tempo bom, que não volta nunca mais, (4x)

Calça boca de sino, cabelo black da hora, sapato era mocacin ou salto plataforma. Gerson Quincombo mandava mensagens ao seus, Toni Bizarro dizia com razão, vai com Deus, Tim Maia falava que só queria chocolate, Toni Tornado respondia: Podê Crê, Lady Zu avisava, a noite vai chegar, e com Totó inventou o samba soul, Jorge Ben entregava com Cosa Nostra, e ainda tinha o toque dos Originais, falador passa mal rapaz, saudosa maloca, maloca querida, faz parte dos dias tristes e felizes de nossa vida. Grandes festas no Palmeiras com a Chic Show, Zimbabwe e Black Mad eram Company Soul, anos 80 começei, a frequentar alguns bailes, ouvia comentários de lugares. Clube da Cidade, Guilherme Jorge, Clube Homes, Roller Super Star, Jabaquarinha, Sasquachi, como é bom lembrar. Agradeço a Deus por permitir, que nos anos 70 eu pudesse assistir, Vila Sezamo, numa década cheia de emoção, Uri Geller entortando garfos na televisão, 10 anos de swing e magia, que começou com o Brasil sendo Tri-campeão.

Refrão

O tempo foi passando, eu me adaptando, aprendendo novas gírias, me malandreando, observando a evolução radical de meus irmãos, percebi o direito que temos como cidadão, de dar importância a situação, protestando para que achamos uma solução. Por isso Black Power continua vivo, só que de um jeito bem mais ofensivo, seja dançando break, ou um DJ no scratch, mesmo fazendo Graffiti, ou cantando RAP. Lembra do função, que com gilette no bolso tirava o couro do banco do buzão, uma tremenda curtição, e fazia na calça a famosa pizza. No Centro da cidade as grandes galerias, seus cabelereiros e lojas de disco, mantém a nossa tradição sempre viva. Mudaram as músicas, mudaram as roupas, mas a juventude afro continua muito louca. Falei do passado e é como se não fosse, o que eu vejo a mesma determinação no Hip-Hop Black Power de hoje.

Refrão

Essa é nossa homenagem, a todos aqueles, que fizeram parte ou curtiram Black Power. Luiz Carlos, Africa São Paulo, Ademir Fórmula 1, Kaskata's, Circuit Power. Bossa 1, Super Som 2000, Transa Funk, Princesa Negra, Cash Box, Musícalia, Galote, Black Music, Alcir Black Power, e a tantos outros, obrigado pela inspiração.

Pode crê, pode crê."


Wally Salomão ("O rappa - o silêncio q precede o esporro", faixa 11)

" Experimentar o experimental... A fala da favela. O nódulo decisivo nunca deixou de ser o ânimo de plasmar uma linguagem convite para uma viagem...

a memória é uma ilha de edição.

Nasci sob um teto sossegado, meu sonho era um pequenino sonho meu, na ciência dos cuidados fui treinado. Agora, entre o meu ser e o ser alheio,

a linha de fronteira se rompeu..."
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