Produção Gráfica (CRP-0357, ECA)/Perfis/mat/Natalia Spada de Faria Ribeiro
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Natália Spada de Faria Ribeiro
Exemplos de bom design
Exemplo 1

Esse exemplo de design pode ser considerado bom principalmente por conseguir chamar a atenção de e atingir o público esperado: o esquema de cores e a ilustração (presente na capa do CD do Green Day, cuja banda cover está em destaque) provocam a identificação imediata do leitor-alvo.
A tipografia é muito bem escolhida: letras sólidas, sem serifas, e as principais informações em caixa alta, dando destaque para as informações relevantes.
Além disso as informações estão bem distribuídas e dispostas de forma equilibrada, deixando a peça agradável e de fácil compreensão.
Exemplo 2

A peça chama a atenção devido, sobretudo, à simplicidade e impacto causado. Trata-se da capa do CD da banda “The Ant Strike Trio”, formada por três integrantes, e a imagem está totalmente adequada ao nome da banda (ant = formiga em inglês).
O título alinhado à esquerda junto à imagem pendendo para esse mesmo lado (e “pedindo” para ser puxada para a direita) provocam uma sensação de equilíbrio. As chaves intensificam essa tendência, pois transmitem simetria à figura.
Apesar de simples, podemos considerar o design da peça sofisticado e inteligente, pois cumpre perfeitamente o papel a que foi destinado: ilustrar a capa de um CD, de forma a atrair a atenção e refletir a peculiaridade da banda.
Exemplos de mau design
Exemplo 1

Esse flyer pode ser considerado um exemplo de mau design por vários motivos. O primeiro é a disposição das informações: muito concentrada nas laterais, deixando um vazio no meio. Não há problema algum com o vazio, e sim com a forma que ele é (mal)aproveitado, com textos que deveriam chamar a atenção mas acabam sumindo quando espremidos nesse espaço e colocados entre os símbolos de maior e menor.
Outro são as cores utilizadas, que não condizem com o público que o flyer deseja atingir. Ele divulga um show de bandas de rock e, por mais que seja um festival “de verão”, as cores quentes dão a idéia de ritmos mais típicos do verão, como o axé e o reggae, podendo afastar um leitor possivelmente interessado no conteúdo do flyer. Além disso o contraste entre o laranja do fundo e o branco dos nomes das bandas é muito forte, cansando o leitor.
A entrelinha é muito pequena para a tipografia utilizada, deixando as informações confusas e a leitura desagradável.
E, por último, os textos inclinados para a direita desequilibram o ritmo de leitura.
Exemplo 2

O motivo mais claro pelo qual este flyer pode ser considerado de “mau design” é o excesso de informações, principalmente de fotos. Além disso, a disposição delas está confusa. E mais, as fotos estão montadas de um modo muito linear, deixando o flyer “quadrado” e sem graça.
As frases escritas sobre as fotos acabam misturando-se a elas. Talvez se o texto tivesse uma formatação mais linear, obedecendo a mesma gama de cores. Mas a mistura de tons e tipologias provoca confusão e dispersão.
Elementos de Design: Contraste
O contraste é uma oposição acentuada entre dois ou mais objetos, sendo que um se sobressai perante os demais. Ele é um dos elementos mais importantes do design, pois é com o contraste que podemos enxergar as coisas distintamente.
O contraste possui ainda, basicamente, dois propósitos. O primeiro é criar interesse para o conteúdo. Outro é auxiliar na organização das informações, seu fluxo e suas relações. Através dele, podemos estabelecer a hierarquia dos elementos visuais, já que o contraste define a atração de cada um deles.
Deve-se ter cautela na aplicação desse recurso para não causar confusão ou distorcer o foco da mensagem.
Para obter contraste, podemos colocar uma imagem de cores vivas contrastando com uma de cores mais tímidas, uma fonte em bold ao lado de uma light, ou até mesmo usar contraste de cores. Os meios são infinitos, contanto que conduzam à distinção.
Outra regra básica é que, se for para haver contraste, ele deve ser notado na primeira olhada. Assim, nada adianta contrastar um texto preto com outro marrom ou utilizar tipologias semelhantes se a informação deve ser diferenciada.
Um exemplo prático é a foto abaixo: ao bater o olho na foto, é impossível não notar o mais importante - o que está em vermelho.

--Natysfr 18:17, 13 Junho 2007 (BRT)
Designer
Neville Brody

Nascido em Londres, no ano de 1957, Neville Brody é um dos principais artistas do design pós-moderno, com destaque para suas expressões no campo editorial e na exploração e criação de tipos gráficos.
Seu trabalho tornou-se conhecido pela criação das capas das revistas The Face e Arena. Além disso, criou grande quantidade de capas de discos de música, sobretudo na década de 80, para artistas da Fetish Records (como Nine Inch Nails e Cabaret Voltaire). Em 1989, a atuação no desenvolvimento de tipos gráficos rendeu sua participação no recém-criado FontWorks (atual FontShop) – primeiro distribuidor/revendedor de tipos digitais.
Outro trabalho de destaque, em parceria com o designer Jon Wozencroft, foi a FUSE - espécie de "fontzine". Ou seja, uma série de quatro tipos experimentais, criados a partir de um tema, acompanhada de quatro pôsteres A2 com suas aplicações. A iniciativa era vista pelos designers como um desafio ao pensamento, forma e função convencionais da tipografia.
Suas criações são caracterizadas pelas peculiaridades que apresentam. Possuem uma geometricidade que remonta muito ao ambiente da informática. Também é possível observar grande noção de equilíbrio na disposição dos elementos gráficos, bem como harmonia entre eles, e a valorização do texto escrito como elemento visual. Suas criações utilizam cores chamativas - uma influência da pop art -, que prendem a atenção do observador.
Brody foi (e continua sendo) responsável pela criação de variadas linguagens visuais, que abrangem desde publicações comuns, como jornais e revistas, até websites e filmes hollywoodianos. Seu design revolucionário e radical é repleto de elementos experimentais que desafiam o comum, sem perder sua funcionalidade. Isso faz com que o trabalho de Brody seja diferenciado e destacado dentre os designers contemporâneos.
--Natysfr 18:21, 11 Junho 2007 (BRT)
Cor aprendida x Cor apreendida
A cor dos objetos não é uma característica própria deles. É uma sensação provocada por estímulos físicos que dão origem à percepção da cor. Temos um sistema sensorial que categoriza as cores, associando um nome a uma tonalidade, assim como a imagem que "aprendemos" ser correspondente àquele tom.
Ou seja, a percepção da cor depende muito da informação presente no cérebro do observador. Por exemplo, mesmo com uma iluminação diferente, veremos aquele sofá laranja pelo qual passamos todos os dias na recepção do escritório como laranja, ainda que o sol intenso do verão o torne mais amarelado ou que a lâmpada velha deixe-o num tom mais próximo do vermelho.
Possuímos uma espécie de "correção visual", que faz com que vejamos os objetos com as cores que lembramos que eles têm. Assim, a percepção de uma mudança como a do exemplo é lenta.
• Qual dessas cores é o laranja "verdadeiro"?

