Produção Gráfica (CRP-0357, ECA)/Perfis/not/Cassia Mary Itamoto
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Bom vs Mau Design
BOM DESIGN
Peça Gráfica 1
Este cartaz foi feito para um festival de dança do Teatro Nacional de Chaillot cujo tema era "De Taipei à África".
A figura do pé se relaciona com o tema 'dança' e sua composição com arroz foi pensada por este grão ser um "ponto em comum entre esses dois continentes", além de poder ser interpretada também como uma ilha sobre o oceano, segundo o autor.
Por ser um cartaz, as informações têm a sua legibilidade e também um movimento por estarem inclinadas. Além disso, possui uma linha de contrução no qual os títulos possuem um maior peso e as informações secundárias, em menor, direcionando os nossos olhares e hierarquizando as informações de maior e menor valor.
Embora inclinados, os blocos de textos não perdem leitura mas sim, ganham força; chamam atenção para si, por serem sucintos (diferentemente de um texto de uma revista, por exemplo).
A figura possui um tamanho balanceado com a área do cartaz e mantém uma relação com o texto pela inclinação complementar aos blocos de texto encaixados.
Por ser um cartaz, o nosso olhar é puxado primeiramente para a figura em maior tamanho e depois para cada bloco de texto que possui as informações do assunto(espetáculo de dança) e tema(De Taipei à África) e também sobre o local, datas, etc.
Peça Gráfica 2
Este cartaz feito também por Michal Batory encomenda da peça "Roberto Zucco" encenada no Teatro Polski de Posnan.
Segundo o autor, Roberto Zucco é uma história verídica de um serialkiller que assassinou até a sua própria mãe. E esta imagem de luvas são a representação das mãos do assassino que este esquece dos crimes ao lavar suas mãos.
O projeto gráfico com seu fundo mais escuro, misturando-se com a figura da luva que perde visibilidade conversa com o tema. A imagem forte (presença de impressão de sangue) dessa fotomontagem já chama atenção por si só.
O texto conversa com a imagem ao ser composto como parte da imagem do varal. Deixando de lado a separação imagem-texto e sendo colocado como texto=imagem integrante do cartaz junto à imagem principal (mão-luva).
Sua tipografia também passa a informação de um texto nos registros de algum departamento, por ser semelhante às de impressão matricial.
MAU DESIGN
Peça Gráfica 1
Bulas de remédios em geral têm o uso de uma tipografia de corpo muito reduzido para poder ter uma economia de papel e também de espaço dentro da caixa de remédio pois contêm muita informação.
Se por um lado ganham em economia, por outro lado perdem no quesito leitura. Normalmente os usuários são pessoas de mais idade e com esse tamanho de letra inviabiliza a leitura pois tais pessoas já não possui um poder de leitura tão grande.
E se as bulas foram feitas para serem lidas por estes usuários, por que continuar confeccionando com esse tipo de corpo? Se este perde a função de informar, perde a sua importância! (logo, por que então economia? se no final perde funcionalidade?)
existe no mercado aqueles que já adaptaram a um tamanho maior de letra, mas a grande maioria continua com o corpo de letra pequeno demais para seu público-alvo final.
Peça Gráfica 2
Este cartão de visita nos faz pensar: para que serve um cartão de visita? Para o outrem possuir informações de como encontrar tal serviço/pessoa. (ou pode aproveitar e fazer propaganda de si mesmo?)
Existe uma falta de relação da marca com o seu serviço oferecido, ou deixa de ser direta essa relação/difícil de ser percebida à primeira olhada.
Mas em relação ao projeto gráfico do cartão de visita, já está presente que tipo de serviço é oferecido: "bureau de cópias". Se este termo não resume o que oferece, então seria melhor arranjar um outro.
Ao inserir as informações de "Plotagem", "Xerox" e "AutoCad" (ainda que xerox e autocad são marcas.), além de quase encosta-lás na marca da gráfica, elas brigam para chamar atenção junto com a marca da empresa por se colocarem inclinadas e terem o mesmo peso da tipografia da marca. Qual delas é que tem a prioridade? Elas estão com o mesmo peso e tamanho de letra o que fica difícil de orientar o olhar do possuidor do cartão. E aí, acaba perdendo a função de querer puxar o olhar com esse peso e tamanho.
A faixa amarela ao fundo interfere na marca, mas é incorporada a ela. Ela contrasta com o preto das palavras inclinadas para puxar o olhar às palavras, mas torna-se algo a mais pois tais palavras do modo que estão já cumpre essa função.
O cartão de visita identifica quem foi o contato (nome da pessoa/nome da empresa apenas) e como encontrá-la (endereço e telefone). Quando colocado o nome de mais de uma pessoa para economia de cartão, fica difícil lembrar quem foi a pessoa logo, perde qualidade de relacionamento (o usuário quer um atendimento personalizado, com qualidade e quer alguém e não "qualquer" um).
Neste cartão, é atribuído mesmo peso ao atendente e ao endereço, fazendo com que os olhos do observador os coloque como uma massa só, logo como a mesmo tipo de informação. Sem um distanciamento maior entre essas informações diferentes para que os olhos possam separa-las, fica difícil de distinguir com clareza em uma primeira olhada os tipos de dados contidos nele.
As informações do endereço em uma linha apenas se torna desconfortável de ler além de estar em um corpo de letra reduzida; os olhos já começam a embaralhar as informações se a tipografia não ajudar como é o casa que a letra "o" em caixa baixa é parecida com a letra "a" também em caixa baixa).
Além de estar centralizado, dificultando mais a leitura.
E apesar dessa falta de qualidade em seu projeto gráfico, a qualidade do serviço oferecido é totalmente outra.
Se a máxima de que "a primeira impressão é a que fica", um design adequado não só a esta empresa mas como todas às outras, é uma peça-chave para passar além de uma imagem de um "cara limpinho" mas também conceitos, idéias como a de ser um estabelecimento comercial que oferece seu serviço com QUALIDADE. E este cartão deixa a desejar.
Elementos de design
Fluxo e ritmo
Este é um exemplo de fluxo e ritmo retirado do livro de Emil Ruder.
O fluxo pode ser percebido pela sequência contínua das várias linhas com o seu comprimento variado e espaçadas de uma maneira a não perder sua ligação
O ritmo é formado com a repetição da palavra JAZZ. Sua estrutura com diferentes pesos, inclinações, tamanho do corpo, linhas colocadas de uma maneira a fim de criar a sensacao de movimento (seu inicio e fim alinhados formando um "zig-zag" com o olhar), determina uma cadência mais dinâmica assim como o ritmo musical jazz com que a palavra se relaciona.
Designers Históricos
Piet Zwart
Piet Zwart, fotógrafo, tipógrafo e desenhista industrial nasceu em Zaandijk em 1885. No início do século XX, a Holanda, junto com a Alemanha e a Rússia, ocupou a vanguarda na evolução do design gráfico internacional. Ele começou sua carreira como arquiteto, trabalhando para Jan Wils, membro original do grupo De Stijl e H.P. Berlage, designer da bolsa de valores de Amsterdam.
Por ser arquiteto, as ferramentas e técnicas utilizadas na época em que era projetista deram-lhe um extenso vocabulário geométrico: estava acostumado a usar os esquadros em diversos ângulos, a trabalhar com compassos e projeções em perspectiva. The Typotekt, como ficou conhecido, não aderiu às regras da tipografia tradicional e acabou se destacando como um dos pioneiros da moderna tipografia, ao usar os princípios básicos do construtivismo e do movimento De Stijl em seu trabalho profissional.
Peça Gráfica 1
Essa peça gráfica com o conteúdo condizente com o tema, consegue passar a idéia de que a empresa a qual pediu o catálogo possui toda aquela variedade de famílias tipográficas (não só serifadas e cursivas mas também aquelas vigentes na épocas: as não-serifadas) e em tamanhos diversos que chegam a variar mais de 40 vezes, possibilidade de diferentes cores de aplicação, alinhamento sem desalinhar e espaçados homogêneamente, além de conseguir manter os detalhes do desenho dos tipos menores (cheio de linhas finas e grossas) e também nas maiores como o H serifado que tem uma pequena distância entre as suas serifas mas que não chegaram a se juntar e sujar o desenho.
Em relação à sua composição gráfica, o cliente que o vê, tem seus olhos orientados com o caminho das letras menores levando às maiores, sem uma monotonia.
As cores se equilibram: o azul das letras maiores em caixa alta contrasta com o vermelho do numero 3; o contraste em segundo plano do p em amarelo e as letras em caixa baixa em preto e as em caixa alta em vermelho. E também entre eles em pontas opostas: o p amarelo com suas sobreposicoes e o 3 vermelho com as suas. Além disso, apesar do fundo branco, o amarelo do p maior e realçado com o contraste das letras a sua frente.
Esse projeto gráfico conseguiu passar toda a informação que um catálogo precisa em uma só página e numa forma dinâmica e equilibrada.
Peça Gráfica 2
Esta página dupla de um catálogo de cabos de telefonia para a Nederlandse Kabelfabriek Delft (tradicional fábrica holandesa de cabos) é uma fotomontagem relacionada com o tema, disposta de forma equilibrada na página com relação ao texto que o acompanha. Por ser um projeto gráfico para um catálogo de cabos, a importância maior em relação ao texto é dada à imagem do cabo em detalhe, permitindo uma maior visualização de sua qualidade de acabamento.
Embora o texto se encontre inclinado em relação à folha, ela se equilibra com a mesma orientação da imagem de maior dimensão.
O fundo branco, sem informações a mais, destaca a figura principal de cada página simples: o cabo. E o círculo vermelho para chamar a atencao naquele lugar da figura em azul ganha força por ser cores contrastantes. Ao colocar o detalhe em branco e preto, destaca-o do fundo branco.
Nessa página dupla, os elementos compositivos se equilibram tanto em suas disposições quanto às cores usadas.
Cor aprendida vs cor apreendida
Qual dos objetos é o verdadeiro branco? A toalha ao fundo ou o rolo de papel higiênico? E qual dos planos possui a cor branca? E os objetos brancos da metade superior da fotografia não são brancos?