Produção Gráfica (CRP-0357, ECA)/Perfis/not/Evandro Lopes Malgueiro
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Evandro Lopes Malgueiro
Exemplos de bom design
Exemplo 1:
Esse é um cartaz legal. Passa um clima ao mesmo tempo de descontração e de protesto, sendo adequado ao público alvo da banda. O uso de uma tipologia decorativa não prejudicou em nada a leitura, e o cartaz não possui nenhuma informação desnecessária ou redundante, somente o necessário: quem, quando e onde. É impactante e convidativo, conseguindo resposta até de quem não conhece a banda.
Exemplo 2:
Outro exemplo do que pode ser considerado bom design. O cartaz não teve nenhum cuidado especial com a escolha da tipologia nem uma direção de arte excepcional, mas possui o que um cartaz precisa ter. A imagem da mulher e o título “audiência pública” chamam muito a atenção para o cartaz, despertando a curiosidade para ver do que ele se trata. Todas as informações estão legíveis e em uma hierarquia que facilita a compreensão. O cartaz consegue passar um clima de opressão e angustia, e até mesmo de revolta, despertando o desejo de participar dessa campanha de combate a violência contra a mulher.
--Evandromalgueiro 12:57, 2 Junho 2007 (BRT)
Exemplos de mau design
Exemplo 1:
Esse é um exemplo de mau design. Apesar de se dizer que os matemáticos e cientistas da computação são “quadrados”, não se pode dizer que esse cartaz predominado por essas formas geométricas é adequado ao seu público. Ele não possui nenhuma característica que faria um matemático se identificar com o cartaz e em seguida ver se a mensagem contida nele o interessa. As informações estão legíveis, mas a modo como elas estão dispostas não facilita em nada a leitura, está tudo disperso e você tem que ficar “caçando” as informações. Os tons frios e a imagem do senhor tomando chimarrão transmite um grande tédio, que para alguns seria o clima que melhor representaria um congresso de matemática, mas isso não é nada interessante em um cartaz que tem como objetivo não só informar como também convidar as pessoas para um evento. Ele não é nada impactante e provavelmente o nível de resposta deve ter sido bem baixo.
Exemplo 2:
Outro exemplo de mau design. Ele pode até ser considerado adequado para o público, mas a leitura dele é horrível e desorganizada, chegando a ser quase impossível de ler as letras laranjas sobre o fundo verde claro. A confusão visual do cartaz transmite também essa sensação para o evento, você não tem muito certo qual será o clima de lá. Ele chega a ser impactante, mas logo você perde o interesse. Deve ter recebido resporta de quem já conhece a banda, mas não deve ter despertado interesse nenhum em quem não conhece.
--Evandromalgueiro 13:00, 2 Junho 2007 (BRT)
Designer: Kasimir Malevitch
Exemplo 1:
Essa é a mais clássica pintura do abstracionista Kasimir Malevitch, criador do Suprematismo. Sua geometria tinha a linha como a forma suprema, revelando a ascendência do homem sobre o caos da natureza, e o quadrado - inexistente na natureza - era o elemento suprematista básico. Em 1915 criou o "Quadrado preto sobre fundo branco" (acima), no qual o “quadrado estava cheio de ausência de objetos”. É uma obra onde o equilíbrio é tão grande que chega a ser estático. As cores, preto e branco, opostas entre si, contribuem para a composição harmônica da obra, assim como as linhas paralelas formadas pelos quadrados.
Exemplo 2:
Essa outra obra do mesmo autor, nomeada como “Suprematism: Self-Portrait in Two Dimensions”, representa bem as principais características de sua obra. Estes elementos, presentes em quase todas suas criações, eram as simples formas geométricas do quadrado, do círculo e do triângulo, que desempenharam papel de destaque no design Bauhaus. Essa obra já é bem mais dinâmica que a anterior, principalmente pela quebra do equilíbrio causada pelas linhas diagonais da forma azul e preta na parte de baixo do quadro, em contraponto com linhas horizontais e paralelas das outras formas que estão na parte superior, resultando em uma composição muito harmônica.
--Evandromalgueiro 11:42, 2 Junho 2007 (BRT)
Cor aprendida X cor apreendida
Para exemplificar o processo de aprendizado de cor ao qual somos submetidos desde criança, resolvi tirar duas fotos de um armário branco que tem na cozinha de casa, iluminada por uma lâmpada fluorescente, como se pode observar no reflexo no vidro.
Na foto 1 vemos o armário como a maioria das pessoas está condicionada a vê-lo: branco. Essa foto foi tirada com o white balance da câmera ajustado para esse tipo de luz.
Com o white balance desativado (foto 2) vemos que sob o efeito da luz fluorescente tudo fica com um tom esverdeado, principalmente aqueles objetos que acreditamos enxergar como de cor branca. Isso se dá porque a luz desse tipo de lâmpada, que a maioria das pessoas pensa que é branca é, na verdade, verde.
Uma coisa é interessante: se você der uma câmera digital com o white balance desativado para uma pessoa tirar uma foto desse mesmo armário, na hora dela checar como ficou a foto ela vai indagar “nossa, ficou meio esverdeado...” , vai olhar para o armário que está na frente dela, que está exatamente igual ao que saiu na foto, e vai enxergá-lo branco! Isso porque ele, por estar inserido em um ambiente sob efeito de uma luz fluorescente, tende a anular o efeito esverdeado que ela provoca.
Desde pequenos fomos condicionados a aceitar que luz é luz, e é branca. Nunca em nossa infância aprendemos que existem mais de um tipo de luz. Dai para frente é como se o nosso cérebro ativasse um “white balance” para corrigir, ou melhor, distorcer o que os nossos olhos estão vendo. Com um pouco de prática é possível enxergar as interferências verdes nos objetos iluminados por esse tipo de lâmpada.
Podemos então questionar: uma fotografia mostra mesmo o que estamos vendo ou aquilo que acreditamos ver? Deste modo, o white balance, que você sempre acreditou ser um recurso usado para corrigir a iluminação de uma foto, não passa de mais um responsável por sustentar nosso analfabetismo visual.
--Evandromalgueiro 14:32, 19 Junho 2007 (BRT)
Elementos do Design: Agrupamento
A idéia de agrupar tem como principal função organizar e aumentar a facilidade de encontrar as informações ou objetos. Elementos iguais ou com alguma relação devem ficar juntos, assim como aqueles elementos que nada tem em comum devem ser separados.
Por que as comidas nos supermercados não ficam em ordem alfabética, e sim separadas por categorias? E por que, nesse mesmo supermercado, os pães ficam bem distantes dos produtos de limpeza? Por que quando jogamos banco imobiliário juntamos as notas com valores iguais e as colocamos em montes com valores distintos? Por que o seu pai não coloca as cuecas dele na mesma gaveta que ele guarda o seu kit de engraxar sapatos? Já reparou que a cozinha tem uma gaveta para os panos de prato e uma outra para os talheres? E que sua mãe fica puta quando você guarda uma faca na repartição reservada para as colheres?
Isso são exemplos de aplicação do agrupamento. Todo mundo já utiliza esse recurso no dia a dia, na hora de criar um layout, cartaz ou mesmo uma apresentação no power point, porém inconscientemente.
Daí a importância para o designer conhecer muito bem esse conceito para poder potencializá-lo ao máximo. E isso se aplica todos os outros elementos do design.
Vejamos um exemplo, um cartão de visitas:
Tudo é muito confuso, você não sabe para onde olhar, fica percorrendo a imagem, perdido. Demora até para descobrir que se trata de um cartão de visitas de um detetive. E se você estiver com pressa, e precisar ligar urgentemente para esse cara? Vai precisar ler quase tudo o que está no cartão até achar o número do telefone. Nossos olhos estão acostumados a buscar padrões, ordens, e encontrá-los nos agrada profundamente, tornando a mensagem que está contida nesse cartão ou em qualquer outra peça gráfica muito mais fácil de se compreendida na sua totalidade.
Vejamos agora o mesmo cartão, com as informações que se relacionam ou estão dentro do mesmo universo agrupadas.
Tudo fica mais harmônico, equilibrado e agradável. Deste modo você cria blocos, muda o cartão de cinco ou seis focos de informação para apenas dois. Agora, assim que alguém lê o nome do dono do cartão já lê logo em seguida a palavra detetive, e deduz que essa é sua profissão. Pode ver que em nenhum lugar está escrito “Tomaz Holtz é detetive”, mas o fato das palavras estarem agrupadas passa esse sentido. A impressão digital ganha então um sentido, é inserida dentro de um campo semântico. Ela não é mais uma marca de graxa deixada por um mecânico, como se poderia imaginar no exemplo anterior, já que a profissão do tomaz não estava tão clara em um primeiro momento. Sem falar que agora você sabe onde procurar o número de telefone, vai estar junto com outros meios de entrar em contato com o detetive: endereço e e-mail.
E em conjunto com outros elementos do design, como alinhamento, contraste, reiteração, proporção e hierarquia, pode-se deixar esse cartão ainda mais interessante e a transmissão da mensagem ainda mais eficiente:
--Evandromalgueiro 19:47, 20 Junho 2007 (BRT)
Projeto Gráfico
clique com o botão direito no link abaixo e selecione "salvar destino como". Após abrir o arquivo, pressione control+L para ver apresentação em tela cheia.
--Evandromalgueiro 11:42, 1 Julho 2007 (BRT)